Fonte de riquezas naturais e culturais, a Amazônia despertou fascínio em muitas pessoas ao longo do tempo, figurando como tema central nas Ciências e nas Artes desde o século XVIII. Victor Brecheret (1894-1955), um dos mais renomados expoentes do universo da escultura no país, foi um dos que buscaram referências na cultura de diferentes grupos originários da floresta e as incluiu em sua obra. O trabalho do artista pode ser apreciado na exposição "Brecheret Modernista - A Imagem Indígena como Símbolo de Brasilidade", que será inaugurada em 18 de julho, na Galeria Antônio Parreiras, no Museu do Estado do Pará (MEP), e segue até o dia 08 de outubro, com entrada gratuita. No mesmo dia, às 18h, haverá visita guiada pela curadora da exposição, a professora e historiadora da arte, Maria Izabel Branco Ribeiro.
Com patrocínio do Instituto Cultural Vale, via Lei Federal de Incentivo à Cultura, o projeto do Instituto Victor Brecheret reúne cerca de 30 esculturas e 20 desenhos originais, além de obras e reproduções assinadas por outros artistas com interesses semelhantes. A mostra traz um panorama da trajetória do artista ítalo-brasileiro com foco na formação da linguagem plástica de Brecheret, seus vínculos com as propostas modernistas e seu interesse no universo indígena.
De acordo com a curadora, Maria Izabel Branco Ribeiro, ao ressaltar a faceta do Modernismo de Brecheret, a mostra também se propõe a reverberar, num espectro mais amplo, a preocupação de vários artistas que, no início do século XX, ansiavam por uma arte com características brasileiras. A integração do escultor com o grupo modernista é exemplificada na exposição com peças como "Ídolo" e "Sóror Dolorosa”, presentes na mostra da Semana de 1922, e a última, executada a partir de poema de Guilherme de Almeida.
A temática indígena já aparece na obra de Brecheret no princípio da década de 1920, quando, ao compor a maquete para o Monumento às Bandeiras, decide incluir grupos de indígenas e mestiços. Após uma temporada no exterior, Brecheret retorna para o Brasil em 1936. Nesse período, o interesse do artista pelos povos do Brasil Central e da Amazônia se tornou seu foco, em termos de costumes, mitos, interações com a natureza e padrões plásticos. "Essa linguagem que ele desenvolve se revela tão eficiente e expressiva que Brecheret passa a usá-la em outras figuras, como em um São Francisco", exemplifica Maria Izabel.
Belém é a segunda cidade a receber a exposição "Brecheret Modernista - A Imagem Indígena como Símbolo de Brasilidade”, que já passou por Belo Horizonte-MG, de 5 de abril a 25 de junho, e seguirá para o Centro Cultural Vale Maranhão (CCVM), em São Luís-MA, de 16 de janeiro a 27 de abril de 2024.
SOBRE O ARTISTA
Victor Brecheret (1894-1955) foi um escultor ítalo-brasileiro, considerado o introdutor da arte moderna na escultura brasileira. No ano de 1922, participou da emblemática Semana de Arte Moderna. Recebeu o Prêmio Nacional de Escultura na I Bienal de São Paulo, em 1951, com a obra "o índio e a suaçuapara". É também o autor da obra “Monumento às Bandeiras”, localizada no Parque do Ibirapuera (capital paulista). Em 1955, expõe na 3ª Bienal Internacional de São Paulo e, em 1957, é homenageado postumamente com sala especial na 4ª Bienal.
CURADORIA
Curadora da exposição, a paulista Maria Izabel Branco Ribeiro é graduada em Educação Artística e doutora em História da Arte. Tem experiência na área de museus, curadoria e organização de exposições; pesquisa questões relacionadas a coleções, arte moderna e contemporânea, preservação de patrimônio cultural, arte e cultura brasileira.
SERVIÇO
Exposição "Brecheret Modernista - A Imagem Indígena como Símbolo de Brasilidade"
ONDE: Galeria Antônio Parreiras do Museu do Estado do Pará (Praça Dom Pedro II, s/n - Cidade Velha)
QUANDO: de 18/07 a 08/10/2023
HORÁRIOS: terça a domingo, das 9h às 17h
Entrada franca
VISITA GUIADA
Com a curadora Maria Izabel Branco Ribeiro: 18 de julho, às 18h.
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