A noite desta terça-feira (31) ganhou contornos sombrios e divertidos no bairro do Guamá, em Belém, onde ocorreu a quinta edição do Cortejo Visagento. O evento cultural já se tornou tradição na capital e é considerado a versão paraense do Halloween, o Dia das Bruxas.
Cerca de três mil pessoas participaram do evento, que também comemora o Dia da Matinta. A programação é organizada pelo Espaço Cultural Nossa Biblioteca, uma biblioteca comunitária atuante no Guamá, que desde 1977 promove a leitura no bairro e áreas próximas.
Segundo o coordenador do evento, Vitor Ramos, a ideia não é sumir com o Halloween, mas agregar com a cultura local e dar visibilidade ao que é da terra. Além disso, Ramos comenta como o Cortejo Visagento resgata a cultura e mantém a memória viva.
“Histórias que meu pai contava, minha avó contava hoje estão aqui, com pessoas vestidas dessas histórias. Isso cria um encantamento diferente para todas essas pessoas que estão aqui. Trabalhamos numa biblioteca comunitária e quando a gente vem e traz esse movimento, essas crianças veem lendas personificadas e se interessam até mais pela leitura, né? Então, acho que todo esse movimento é justamente para dar visibilidade para algo que é nosso”, ressalta.
Veja imagens nas fotos de Ana Laura Costa:
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A caminhada feita por moradores é baseada no folclore do Pará e da Amazônia, que ganha vida nas fantasias criativas dos participantes da festa. Saci, Curupira, Boto, e a própria Matinta Perera podem ser vistos durante o cortejo, que coloca em evidência os mitos de terror mais populares da cultura paraense.
A concentração do cortejo começou por volta das 19h, no Cemitério Santa Isabel, e seguiu para a praça Benedito Monteiro, próximo à rua Barão de Igarapé-Miri, também no bairro do Guamá. Durante o cortejo, os participantes realizam performances culturas, concursos de fantasias, além de recitação de poemas e teatro de rua.
Veja:
Neste ano, o tema do Cortejo Visagento foi "Água a mãe da vida pede socorro" com a homenageada da noite sendo a Iara, uma lenda bastante popular sobre uma espécie de sereia que seduz os homens com seu canto e os leva para o fundo dos rios, local de onde eles não conseguem voltar nunca mais.
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A educadora Amanda Moreira, de 41 anos, participou pelo segundo ano consecutivo do Cortejo junto aos familiares. Para ela, a ideia de relacionar as datas e exaltar as histórias visagentas de Belém, é sensacional. “Relacionar as duas coisas é bem poético, dá para o público viver as duas coisas, é muito legal! Todo mundo se diverte, gosta, aprende algo, muito bom!”, disse.
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