O Cinema Olympia, o único em via pública que permanece com a atividade com que foi criado até hoje no Brasil, completou 112 anos de criação ontem. O espaço está fechado para obras de revitalização e readequação, com previsão de reabertura somente em 2025, mas a data foi marcada por uma visita de profissionais da imprensa e pessoas ligadas à sétima arte no Pará. A visita foi acompanhada pelo prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, a presidente da Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel), Inês Silveira, os críticos e pesquisadores de cinema Pedro Veriano, Luzia Álvares e Marco Antônio Moreira, e o cineasta Januário Guedes, entre outros convidados.
De acordo com Inês Silveira, as obras, iniciadas no último dia 1º de março, estão avançando. O cronograma é de 12 meses de execução. “A população irá receber a segunda maior sala de cinema do Brasil, localizada em via pública, com um café. Além disso, terá visitas guiadas para as escolas. Com as obras, foram trocadas as cadeiras da sala de exibição que contará com novas no espaço e novos equipamentos”, afirma a gestora.
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O engenheiro civil Fábio Cunha, responsável residente, detalha o andamento: “Estamos em fase de demolição. Nós fizemos a remoção de todas as poltronas, são aproximadamente 402 unidades. Fizemos a remoção do forro acústico, tanto do salão principal, que abrigava a sala de exibição, quanto do forro de entrada. Inicialmente a gente está tentando buscar as características originais do espaço, para a gente restaurar em cima desses itens, porque é um patrimônio tombado pelo Iphan [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional]”, detalha o engenheiro, acrescentando que alguns itens terão que ser substituídos, como por exemplo, a tela de projeção, que foi removida e ficará guardada para observação num futuro museu.
“Como é um cinema que é muito amplo, em nível de profundidade, os novos projetores não conseguiriam ter uma qualidade boa de projeção para a tela antiga. Então, nós somos obrigados a tirar tanto a tela antiga quanto a fazer a adaptação da sala de projeção. Inicialmente, a previsão é que a sala de exibição continue existindo e os projetores, que são da década de 1940, provavelmente devem ser guardados para futuramente fazer um museu. Tanto os projetores quanto os quadros de energia antigos e a própria tela de projeção”, descreve Fábio.
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O projeto foi desenhado e está sendo conduzido pelo Instituto Pedra, após contrato com a Prefeitura de Belém, através da Fumbel. O valor total está estimado em R$ 10 milhões, com patrocínio do Instituto Cultural Vale, via Lei Federal de Incentivo à Cultura - Lei Rouanet. “Nós temos o Instituto Pedra, que é o captador do recurso, através do maior patrocínio, do Instituto Cultural Vale, e temos um copatrocinador, que é o Banco da Amazônia. Para nós, é motivo de muita alegria ver este espaço completar 112 anos, mas acima de tudo, de fazer permanecer a memória afetiva da população de Belém com o Cinema Olympia, que terá em sua programação filmes regionais, nacionais e em uma gestão compartilhada com a Associação dos Críticos de Cinema do Pará (ACCPA), representada aqui por Pedro Veriano e a professora Luzia Miranda”, informa a titular da Fumbel.
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