A realização da 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30) em Belém, em novembro de 2025, é uma oportunidade única de se discutir medidas de enfrentamento às mudanças climáticas na região que está sempre no centro das discussões sobre o tema, a Amazônia. Mas, para além das negociações entre as partes, o evento internacional também deve impulsionar a economia local através do aumento da demanda por serviços de hospedagem, alimentação e turismo.
Entre as empresas, organizações e empreendedores que integram o trade turístico, a chegada do maior evento internacional já recebido por Belém gera grandes expectativas de fomento ao setor, um impulso que se espera que permaneça para além do período da COP30.
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“A expectativa é a maior possível. É um evento de uma grandeza que nós nunca recebemos. Se pensarmos na divulgação que esse evento vai trazer para a nossa cidade, isso nos deixa ainda mais animados para o pós-COP também”, considera Alex Flávio Oliveira da Silva, diretor da Brazil Amazon Turismo e presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagem no Pará (Abav-PA).
Alex considera que o volume de pessoas que vão se fazer presente no Pará para participar da programação da conferência do clima gera a expectativa de que todo o segmento ligado ao turismo receba uma boa demanda de serviços.
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“Todos vão ter uma boa demanda de serviço que vai envolver todo o trade do turismo que não abrange só agências de viagem, mas desde o restaurante, o motorista, o carrinho de pipoca, a barraca do Ver-o-Peso, o taxista, o motorista de aplicativo, enfim, é uma rede muito grande e a gente tem essa expectativa por conta da grandeza do evento”.
Já neste ano, Alex Flávio aponta que já vem percebendo uma boa movimentação em Belém, sobretudo em decorrência da realização de diversos eventos internacionais, a exemplo da expectativa de recebimento de uma das reuniões do G20 - grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia e a União Africana – pela capital paraense. Diante dos impactos já observados, ele aponta que o setor vem se preparando para o grande evento de 2025.
“O segmento como um todo vem se juntando, ainda mais, para que mais forte fique. Foi criada a Câmara Municipal do Turismo pela ACP (Associação Comercial do Pará), que abrange diversas entidades e que envolve todo o trade turístico e nela nós fazemos reuniões mensais buscando melhorias, financiamentos, modernizações, novas ideias, novos roteiros, juntando toda a cadeia para que a gente consiga andar na mesma linha”.
OLHAR
Proprietária, ao lado do esposo Leandro Ferreira de Paiva, de uma agência de turismo de imersão e experiência na Amazônia, a Monotour Belém, Raquel Ferreira também aponta uma boa expectativa para a realização da COP na capital paraense. Mais do que atrair um bom volume de visitantes, ela acredita que o evento pode impulsionar um novo olhar sobre o turismo feito na região.
“Nossa expectativa é de um grande impacto no turismo em todo o estado, especialmente em Belém. Acreditamos, inclusive, que essa procura está relacionada à divulgação da COP-30 nas mídias, o que despertou um interesse em conhecer a Amazônia ‘sem filtros’, com vivências, experiências e entendendo o modo de vida dos amazônidas”.
Para atender a essa demanda, Raquel conta que a agência de turismo já vem ampliando a equipe e organizando um site para agilizar o atendimento, que até então é feito pelo Instagram e WhatsApp. “Estamos também ampliando o catálogo de passeios focados no turismo de base comunitária e, principalmente, ouvindo as comunidades e orientando o fazer turístico não com base em modelos de outras regiões, mas que considere as peculiaridades da Amazônia e que, de fato, após o evento eles tenham algum retorno dentro do que será debatido”.
“Muitos hóspedes já estão vindo avaliar a cidade”
Empreendedora à frente do Antonieta Hostel, a arquiteta Laiana Santos antevê uma mudança proporcionada por novas demandas não apenas para os serviços de turismo, mas para muitos outros presentes em Belém, incluindo a hotelaria.
“Acredito que a COP-30 pode ser a grande virada de chave do turismo em Belém, trazendo novas demandas em diversas áreas como mobilidade, gastronomia, artesanato e principalmente hotelaria”, considera.
“Muitos hóspedes já estão vindo avaliar a cidade e alguns estão interessados em vir morar na cidade neste período. Estamos nos preparando para a novas demandas, focando no público estrangeiro e as exigências sustentáveis necessárias”.
Interesse
Na expectativa de que o evento traga soluções sobre o clima que considerem a realidade Amazônica, em que a população que nela vive possa estar no centro dos debates, a empreendedora Raquel destaca o aumento do interesse em conhecer a cidade que sediará a COP30 já vem sendo percebido. “É nítido o aumento de turistas na cidade e, consequentemente, a procura pelos serviços turísticos não só pelos nortistas, mas de pessoas de todo o Brasil e o mundo. Antes, nossa maior frequência de pacotes era contratado por viajantes de Belém e região metropolitana, este ano já identificamos uma mudança nesse perfil”.
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