A juíza de direito Luciana Simon de Paula Leite lança seu novo romance, “Jenipapo”. O cenário é a vila que tem o título da obra, no arquipélago de Marajó (PA). A região apresenta um mosaico riquíssimo em fauna, flora e diversidade de culturas, mas também conta com contrastes, ambiguidades e desafios. Inspirada em fatos reais, a autora faz uma carta aberta com questionamentos sobre capacitismo, racismo, vícios, crimes ambientais e contra corpos e existências humanas, preconceitos diversos e falta de infraestrutura em diversas cidades do Marajó, assim como nas favelas, comunidades e periferias. O lançamento pelo selo Artêra, do Grupo Editorial Appris, acontece no dia 5 de setembro, às 18h, na Livraria Travessa de Belém (Avenida Alcindo Cacela, 1404 - Umarizal).
Luciana Simon utilizou a aquarela viva de Jenipapo não só para contar histórias fictícias ou não, mas também para apresentar experiências e visões de mundo em relatos que se entrecruzam de maneira ora harmônica, ora conflituosa. Dessa forma, em tom de denúncia das mazelas sentidas por cada pessoa representada no texto, a autora mergulhou profundamente nos dilemas sócio-culturais e ambientais.
Em meio a esse cenário e roteiro um tanto bucólico, mas, ao mesmo tempo, preocupante, Ana Laura, — a protagonista — é uma jovem em processo de autoconhecimento. Sonhadora, forte, feliz e inteligente, convive com as dificuldades e tristezas de estar presa a uma cadeira de rodas devido a uma tragédia que a deixou com marcas físicas e psicológicas profundas. Marcas que se somam aos olhares preconceituosos lançados sem nenhum pudor, por não conseguirem separá-la de sua cadeira de rodas.
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O livro aborda a realidade do Marajó nos dias de hoje com menção a episódios que envolveram diretamente Giovanni Gallo, padre jesuíta que se instalou na região albergada pelo Município de Santa Cruz do Arari na década de 1970 e que fundou o Museu do Marajó. Um homem visionário que se esforçou para o desenvolvimento sustentável e combateu a pobreza extrema de Marajó. “No meu primeiro livro, “Para Nossas Meninas”, eu menciono a cidade de Belém. Pesquisando livremente, encontrei um documentário excelente sobre o padre Giovanni Gallo que fundou o Museu do Marajó. Conheci o lugar, ouvi histórias. E tive como grande inspiração conversas com uma jovem, que tem paralisia cerebral e me estimulou a conceber a personagem mais destacada. O objetivo do livro é desmistificar a vida de uma pessoa com deficiência, divulgar o Museu do Marajó e estimular reflexões por parte dos leitores”, conta a autora, com experiência relacionada a questões familiares e direitos humanos.
A atualidade da temática é irrefutável frente à preservação da região Amazônica e seus problemas múltiplos, tais como aquecimento global, risco à subsistência, segurança e saúde de comunidades ribeirinhas e quilombolas, poluição ambiental, sem olvidar a dinâmica das relações humanas, instigando reflexões sobre capacitismo, racismo, abuso sexual infantil, afeto, parentalidade, conjugalidade, entre outros fatores”, conta a juíza de direito.
Sobre a autora: Luciana Simon de Paula Leite ocupa o cargo de juíza de Direito Titular I da 5ª Vara da Família e Sucessões do Foro Regional de Santana - São Paulo - Capital. Integra os quadros da magistratura paulista há 30 anos. A autora tem as seguintes obras publicadas: “Para Nossas Meninas” (Editora Autografia, 2021); “Mulheres, um grito de socorro”, obra coletiva (Editora Leader, 2023); “Magis de Direito: debates jurídicos contemporâneos”, obra coletiva (Associação Guimarães de Estudos Jurídicos, 2023); “Direito, arte e educação”, obra coletiva (Editora Navida, 2023, e-book).
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