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TRADIÇÃO

Festa da Chiquita chega à 47ª edição neste sábado

A Festa da Chiquita chega à sua 47ª edição em Belém, celebrando 20 anos de reconhecimento cultural e a luta pelos direitos LGBTQIAPN+.

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Imagem ilustrativa da notícia Festa da Chiquita chega à 47ª edição neste sábado camera Elói Iglesias comanda a festa que terá convidados como Aíla, Fafá de Belém e Gaby Amarantos. | FOTO: divulgação

Uma das primeiras manifestações do movimento LGBTQIAPN+ no Brasil, a Festa da Chiquita, acontece neste sábado, 12, na Praça da República, em Belém, logo após a Trasladação do Círio de Nazaré. Este ano, o evento chega à sua 47ª edição, celebrando 20 anos de seu reconhecimento enquanto patrimônio imaterial cultural do país. Um dos momentos mais aguardados é a divulgação dos nomes emblemáticos e a entrega do Troféu Veado de Ouro a todas as personalidades que são destaques na defesa dos direitos da comunidade LGBTQI+ em todo o Brasil.

A festa será comandada por Elói Iglesias, Flores Astrais, Bárbara Pastana e Beto Paes. Gaby Amarantos, Aíla, Leona Vingativa e Fafá de Belém são as artistas convidadas do evento, que conta com show de Johann, Jotta C, Luigy, Amanda Cristina e Álec. Haverá ainda a participação das drags Safira Clausberg, Gigi Híbrida, Condessa Devonrider, Desirée Lo Bianco, Brenna Sanches, Aphrodite, e dos DJs Puga e Gadá, além do Bloco Regional, com os grupos Samba de Preto, Carimbó Selvagem, Égua Mana Carimbó e Carimbó do Cururuperê.

Com uma programação que valoriza a arte, a música e o diálogo, o evento reflete a resistência e a luta por direitos iguais para todos, diz o idealizador da Festa da Chiquita, o cantor Elói Iglesias. “A festa tem um lugar de afeto, que começou com jornalistas, LGBTs, que lutaram por seus lugares de fala. Essa é uma festa da cultura do Pará, a população LGBT acabou se afirmando ali na festa e ocupando território, embora a festa continue sendo uma festa pagã, que agrega vários segmentos da cultura e da religião e de celebração”.

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Ele reflete sobre as conquistas de alguns direitos alcançados pela comunidade LGBT por gerações antes dele. “Nem sempre a pessoa podia sair de mãos dadas com seu namorado ou casar. Não se tinha direitos à doação de órgãos de seu companheiro ou à herança. Nós temos o [prêmio] Veado Supremo, de quando homenageamos o ministro [Luís Roberto] Barroso, que foi o último voto da criminalização da homofobia. Lógico que nós entramos na [mobilização pela] Lei de Racismo, é uma lei importante, mas não traz políticas específicas para a nossa comunidade. No entanto, nós estamos de mãos dadas com o Movimento Preto, com o de Mulheres. Cada vez, estamos nos deslocando para termos política para gente, que nos dê acesso a estarmos na Academia, que é muito importante”, avalia Elói Iglesias.

Este ano, algumas das novidades da festa são as escolhas de temas cruciais para os debates que ocorreram em programações paralelas durante a semana que antecedeu o grande momento. “Falamos de patrimônio e de memória. Este ano, a Chiquita completa 20 anos de reconhecimento de patrimônio tombado pelo Iphan [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional], e oito anos pela Unesco. A festa é uma caixinha de surpresas até para nós, porque chegam pessoas de forma inesperada para celebrar este momento com a gente, e isso acontece conforme o movimento de pessoas na cidade”, explica Elói Iglesias.

Filhas da Chiquita: 20 anos depois

A cineasta Priscilla Brasil dirigiu o filme “As Filhas da Chiquita” em 2006 e lançou a seguinte pergunta: “a Festa da Chiquita faz parte do Círio?”. Quase 20 anos se passaram após o filme e em sua leitura do atual contexto, houve um retrocesso sobre os avanços das pautas LGBTs. “Filmei durante as comemorações de 10 anos de reconhecimento da Comunidade LGBT e achei que o filme tinha ficado velho e datado. A gente parecia ter avançado bem nas pautas LGBTQIA +. No entanto, hoje, 20 anos depois, a coisa parece que voltou ao início. É como se a gente tivesse sido, de alguma forma, jogado para um tempo anterior a 2004, com as pessoas tendo cada vez mais medo de expressarem seus sentimentos sobre seus corpos. A resistência que a Festa da Chiquita representa é cada dia mais importante nesse contexto de avanço da extrema direita, de avanço da intolerância”.

Priscilla Brasil comenta que agora o evento voltou a ser megaimportante. “E acho que a trajetória desse filme nos mostra que nunca podemos dar nossas conquistas como ganhas. É preciso que a gente se mantenha atento, sempre, e que a luta pela emancipação é todo dia. A festa mudou, mas as nossas lutas continuam as mesmas de sempre, por um mundo mais justo e mais tolerante. Acho que isso tem a ver com Nossa Senhora de Nazaré e o Círio. Cada dia precisamos de mais tolerância e amor”.

Na praça / Festa da Chiquita

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