Amazônias: Paisagens e Vivências” é a exposição que abre nesta quinta-feira, 5, no Centro de Cultura e Turismo Sesc Ver-o-Peso, reunindo obras de Luciana Magno, Igor Oliveira e de Octavio Cardoso. A mostra faz parte do Arte Sesc, projeto de artes visuais realizado em todo o Brasil pelo Serviço Social do Comércio-Sesc.
Com curadoria de Marisa Mokarzel e Pablo Mufarrej, a exposição traz 25 obras dos três artistas, cujas obras dialogam estética e conceitualmente entre si. Os trabalhos foram selecionados e adquiridos para integrar o acervo da Coleção Nacional de Artes do Departamento Nacional do Sesc.
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Segundo Mufarrej, o conjunto foi definido considerando a intenção da aquisição do acervo. “Esses artistas conseguiam contemplar todos os critérios tanto do ponto de vista institucional quanto em uma representatividade da Amazônia, que percorriam, nessa somatória de trabalhos, não só o imagético dessa Amazônia que a gente está citando, mas também três gerações. Você tem o Igor Oliveira que é um artista superjovem representado pelo PIPA; a Luciana Magno, já com uma carreira consolidada, e que faz parte de acervos importantes como a Pinacoteca de São Paulo, com um trabalho muito vigoroso dentro da Amazônia; e o Octavio Cardoso, como um artista com um olhar que já está há mais tempo percorrendo a Amazônia, através desses conjuntos fotográficos dele. E a obra dele dispensa também comentários”, elogia.
A curadora Marisa Mokarzel também destaca os pontos de encontro nas identidades dos artistas. “São três artistas de diferentes gerações que falam da Amazônia a partir de perspectivas diferentes, tanto da linguagem artística quanto da percepção da paisagem. Mas, aos três não interessa a Amazônia exótica, estereotipada. E sim a forma poética de vê-la”.
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“Octavio Cardoso trabalha com a fotografia e apresenta uma paisagem existente, real, mas a traduz como cena imaginária, íntima, subjetiva”, diz Marisa..
“Luciana Magno traz performances voltadas para fotografia e vídeo. O seu próprio corpo se mimetiza à paisagem, à floresta, ao mangue. Ou lança-se à estrada barrenta da Transamazônica”, diz.
Sobre Higor Oliveira, presente com a pintura, em grandes dimensões ou diminutas, feitas com stencil sobre tijolo, o caminho é outro. “São imagens de pessoas, animais reconhecíveis no universo ribeirinho ou na cidade, com delicadeza e poesia”.
Octavio Cardoso, que também atua como editor de Fotografia do DIÁRIO, destacou a importância das obras - foram cinco imagens, pinçadas de diferentes fases da carreira do fotógrafo - passarem a compor o acervo do Sesc, o que ele espera que chegue, em outro momento, a mais artistas paraenses. “A formação de acervo é uma carência muito grande e que para a gente, é muito importante, porque é difícil conservar. A gente não conserva cópia. A gente tem os originais, o negativo, então é fundamental, para a preservação, que instituições se preocupem em criar acervos. Uma instituição forte como o Sesc, ela vai estar sempre pronta a fornecer informações sobre aqueles artistas e obras que tem”.
Como um fotógrafo que vive e produz na Amazônia, Octavio diz que a região e suas questões perpassam sua obra, mas não como uma busca documental. “No meu trabalho como artista, não tenho compromisso de documentar. Por exemplo, esse trabalho, Lugares Imaginários, que são muitas paisagens, todas feitas no Pará, tem cores distorcidas, uma subexposição para ficar escura, estou criando ali um outro local. Eu uso meu ambiente para criar uma outra realidade que é minha”, explica.
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