O Polo de Moda do Marajó realizou, na noite de quinta-feira (05), em uma casa de shows no bairro da Cidade Velha, em Belém, o lançamento de mais uma coleção produzida por artesãs dos municípios de Soure e Cachoeira do Arari. O polo é fruto de uma parceria entre empreendedoras do arquipélago, Governo do Pará, Sebrae, Senai e as prefeituras das duas cidades. O objetivo é fortalecer e criar uma rede de renda a partir do trabalho artístico desenvolvido por estilistas e costureiras.
Além de oferecer capacitações, o polo contribui para a promoção das peças. Rosilda Angelim, 55, proprietária da marca Cañybó, aprendeu a arte da costura com a mãe e há 30 anos já trabalhava com moda marajoara. No entanto, com o apoio do projeto, suas vendas foram impulsionadas e sua arte chegou a celebridades que ampliaram o alcance da marca. “O Sebrae foi me levando para frente e muitas pessoas conhecidas na mídia começaram a usar as minhas peças, tipo Júlia Passos e Alane Dias, que vestiu um vestido vermelho meu no ‘Big Brother’. A Alane adquiriu três peças da loja e levou para o ‘Big Brother’, mas ninguém sabia que ela ia participar. Em menos de 24 horas, explodiu de vendas”, conta Rosilda. Ela também lembra que presenteou o governador do Pará, Helder Barbalho, com uma camisa e destacou o papel fundamental dele no início do projeto.
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Onze marcas participaram do lançamento da nova coleção e do desfile de apresentação das peças. “Estamos muito felizes porque as entregas estão sendo realizadas. São muitas famílias que estão sendo socialmente impactadas por isso. A moda marajoara vem de um território tão rico, mas com muitas necessidades. Conseguimos aumentar a renda, melhorar sua distribuição, criar novas fontes de renda e, principalmente, resgatar essa ancestralidade”, comenta Rubens Magno, diretor-superintendente do Sebrae-PA e um dos idealizadores do projeto.
Iniciado em agosto de 2023, o Polo de Moda Marajoara conta com 108 empreendedoras diretamente envolvidas na confecção das roupas, além de muitos fornecedores indiretos. “Eu acho que a industrialização não seria o caminho mais adequado para esse processo. O artesanal tem muito valor agregado. É o valor da ancestralidade, e o que vamos batalhar é para que mais pessoas possam se envolver nisso, posicionando o produto corretamente e, sobretudo, valorizando”, concluiu Magno.
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Ursula Vidal, secretária de Estado de Cultura, também esteve presente na plateia do desfile. “Aqui temos um casamento extraordinário entre tradição, memória e inovação, uma criatividade que se baseia nessas referências ancestrais do Marajó. Esse grafismo marajoara está muito presente no nosso inconsciente coletivo. O visitante que chega ao Pará busca essa conexão com o Marajó, seja por meio de uma ideia, referência, ou relato. A moda é uma forma de fazer com que esse visitante, especialmente o turista, se conecte a essa ancestralidade”, pontua a secretária.
Glauciane Pinheiro Lima, 40, criou a marca Mang há pouco mais de um ano e já lucra com a iniciativa. “Eu sou fruto deste projeto. Há um ano eu nem sabia costurar. A partir do Polo de Moda, aprendi a costurar e a empreender. A minha nova coleção é inspirada no carimbó de Soure, de onde eu venho. Traz grafismos marajoaras, principalmente nas saias, por causa da dança”, explica.
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