Juliana Caldas, atriz que se destacou em 2017 na novela "O Outro Lado do Paraíso" como Estela, filha que não era aceita pela mãe, Sophia (Marieta Severo), por ser anã, comoveu as redes sociais na noite desta quarta-feira (1) ao surgir aos prantos fazendo um triste desabafo.
No Instagram, a artista manifestou seu repúdio e tristeza da forma que as pessoa com deficiência, são abordadas no filme "Amor sem medida", disponível na Netflix. A produção é dirigida por Ale McHaddo, e conta a história de amor entre Ivana (Juliana Paes), advogada recém-divorciada, e Ricardo (Leandro Hassum), conceituado cardiologista de baixa estatura.
"Oi, gente! Boa noite! Tudo bom? Estou aqui gravando esse vídeo para falar sobre um filme. Na verdade, para dar a minha opinião sobre um filme que está na Netflix, um filme brasileiro que aborda o tema nanismo. Nossa, bacana! Só que não... Bom, enfim, o filme é do Leandro Hassum, chama 'Amor sem Medida' e... Bom, vamos lá. Se a gente parar para pensar... A gente fala tanto hoje em dia da representatividade, da importância da representatividade no mundo, na diversidade, etc. Só que vou dar a minha opinião, estou aqui dando minha opinião tanto como pessoa Juliana e como artista Juliana", começou.
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Juliana contou que não se sentiu representada no filme. "Primeiro porque a pessoa que faz o personagem que tem nanismo... o ator não tem nanismo, que é o próprio Leandro Hassum. Eles fizeram computação gráfica, diminuiram [o Hassum] em computação gráfica, essas coisas, para mostrar que ele tem baixa estatura. E, depois disso, a maior parte do filme tem piadas totalmente capacitistas, totalmente preconceituosas e que, cara... Não dá para aceitar hoje em dia. Se fossem piadas racistas, homofóbicas, gordofóbicas, eu acredito que talvez esse assunto estaria sendo levado mais a sério", opinou.
A atriz se mostrou revoltada com a forma preconceituosa como o nanismo é abordado no audiovisual. "Porque o filme é de humor... Quando a gente fala sobre o nanismo, a maior parte das vezes é nessa forma de piada e totalmente capacitista e preconceituosa. E não dá assim. Não dá mais para aceitar hoje mais um filme que faz você sentar e rir disso, rir dos outros, rir da condição do outro, sabe? No caso, né, da deficiência do nanismo. O nanismo é considerado uma deficiência. Aí você rir disso hoje em dia não dá mais para aceitar. Eu não consigo, queria entender, realmente, se as pessoas sabem o que significa empatia. Porque eu, às vezes, vejo cada vez mais, que as pessoas não sabem. Na verdade, sabem o que é o significado, ok. Se colocar no lugar do outro, ok. Porém não exercem a empatia", lamentou.
Juliana ainda disse não ter conseguido assistir ao filme inteiro. "Porque não dá, sabe? Aí você questiona, pode questionar, pode se perguntar aí, né? Você que está vendo... 'Mas você também fez um trabalho que seu personagem ouvia barbaridades, abordagens, falta de acessibilidade, sim' [referindo-se à personagem Estela de O Outro Lado do Paraíso]. Mas, na minha opinião, não se dava margem e abertura para você rir disso. Pelo contrário. Se dava abertura de você questionar, sim, sobre muitas coisas e para pensar o quanto isso fere o próximo. Você é chamado de monstrengo, você comparando ou infantilizando a pessoa com nanismo....", afirmou.
CONFIRA O DESABAFO DA ATRIZ NA ÍNTEGRA!
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