A cantora Anitta provou que está tendo grande destaque internacional. Depois que ficou em primeiro lugar no spotify com a música “Envolver” e, por conseguinte, lançou o álbum “Versions Of Me“, ela ficou ainda mais conhecida. Assim, a cantora foi parar na capa da Billboard, uma das revistas de música mais conceituadas do mundo.
A cantora já havia conquistado um reconhecimento tão importante nesta semana ao estampar a capa e um ensaio nu da edição de maio da revista Vogue, uma das mais importantes publicações de moda e estilo do mundo.
Em entrevista, a funkeira falou sobre como é ter uma carreira internacional, além de seu objetivo de levar a cultura brasileira para fora.
“Sempre precisarei levar minha cultura”, disse ela. “Eu nunca poderia simplesmente ir a outro mercado e fazer o que quer que seja. Qual seria o propósito: Fama? Dinheiro? Eu já tinha isso, e esse não é o ponto para mim”, soltou, por conseguinte.
A publicação relembra o começo da carreira. Desde “Meiga e Abusada”, “Vai Malandra” e “Show Das Poderosas”, ela já fazia uma mistura do hip-hop do funk brasileiro com melodias pop. O sucesso foi imenso e, por consequência, nos últimos sete anos ela montou uma estratégia para chegar ao mercado internacional. Para isso, ela contou com a ajuda do irmão Renan e artistas internacionais como Ryan Tedder, Becky G, Prince Royce e Snoop Dogg, com quem colaboraram no álbum “Kisses“.
“Ser um artista internacional não é só ser famosa onde quer que você vá, porque o mundo é muito grande”, diz Anitta, que, afinal, tem uma visão mais ampla disso. “Trata-se de ser capaz de impactar áreas culturalmente diferentes ao mesmo tempo”.
Desafios da carreira internacional
Conseguir chegar ao seu objetivo não foi fácil. Segundo a cantora, ela teve que recusar contratos e turnês no seu próprio país. Além disso, ela não via exemplos anteriores: poucos artistas brasileiros conseguiram sucesso duradouro internacional.
No Brasil se fala português, diferente dos vizinhos que falam espanhol (um idioma mais difundido). Isso faz com que o mercado fonográfico seja muito fechado, apesar de gigantesco – o 11º maior do mundo.
“Vemos muitos grandes artistas brasileiros hoje que não conseguem alcançar o sucesso de Anitta porque são muito apegados ao Brasil”, diz Cris Falcão, diretora geral da Ingrooves no Brasil, pontuando que o consumo no país é quase 80% de música brasileira.
“Olhando para os últimos 20 anos, não vejo ninguém que tenha feito o que Anitta fez. Da mesma forma, ainda é raro que artistas estrangeiros aproveitem o potencial do mercado: Para os artistas entrarem, tem que ser uma colaboração relevante com um artista brasileiro”, diz Falcão. “Há oportunidade, mas o estratégia tem que ser bem pensada.”
Anitta confessa que sabia dos riscos de uma carreira internacional, mas resolveu seguir sem medo: “Isso significava que eu abandonaria tudo o que tinha feito. Eu sabia que se eu falhasse, todos no meu país iriam rir de mim. Isso é o que acontece com todos que tentam e falham. Eu não queria me tornar uma piada. Eu queria que isso acontecesse de verdade.”
Anitta contou ainda que chegou a receber opiniões negativos de várias gravadoras: “Muitos executivos de gravadoras me disseram que era impossível ter uma carreira internacional como brasileiro, e eles não estavam sendo malvados – só nunca tinham visto ninguém fazer isso recentemente”, diz Anitta.
“Eu fiquei tipo, ‘Eu não sei, não existe impossível para mim. Não é fácil nem rápido, principalmente quando você já está acostumado a ser tratado como uma estrela em um país e depois vai para outro mercado e é tratado como ninguém”, soltou.
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