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Atriz diz que sofreu machismo de diretor poderoso da Globo

Fafy Siqueira relatou episódios machistas nos bastidores de humorístico Zorra Total da Globo

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Imagem ilustrativa da notícia Atriz diz que sofreu machismo de diretor poderoso da Globo camera Em entrevista à revista Quem, Fafy Siqueira recordou alguns desses episódios. | Reprodução/ Instagram

A atriz, cantora e humorista Fafy Siqueira é uma artista que dispensa apresentações. No entanto, ao longo de mais de 40 anos de carreira, ela conta que já enfrentou inúmeros episódios de machismo, principalmente na TV, onde durante muito tempo, só tinha espaço para protagonismo masculino. E isso aconteceu até na poderosa Globo.

Em entrevista à revista Quem, a veterana recordou alguns desses episódios. Ela lembra que, no início dos anos 2000, quando participava do Zorra Total, foi repreendida ao usar uma palavra de duplo sentido. No entanto, viu que homens tinham essa liberdade.

“Vieram falar que meu quadro era pesado. Não sou pessoa de falar palavrão, fiz anos show com Chico Anysio sem nenhum palavrão, sacanagem ou p*taria… Então, quando ouvi que meu quadro era pesado, peguei minha bolsinha e fui falar com a direção. O problema tinha sido uma paródia com abril em que usei a frase a ‘ponte que partiu’. Disseram que isso levava a segundas intenções.”, relatou ela.

Ao observar o tratamento que recebeu, a humorista conta que foi questionar o motivo e descobriu que tudo não passava de puro machismo.

“No mesmo programa, tinha um quadro do gênio Agildo Ribeiro em que ele pedia para uma mulher subir mais e mais até ficar com a cara na bunda dela. Perguntei se isso não tinha segundas intenções e me responderam: ‘mas ele é homem’. Essa frase eu ouvi de um gênio, mas que foi machista naquele momento. Já fui cortada de muitas coisas para não sobrepor um colega homem. Ainda hoje, não só no Brasil, mas acredito que no mundo todo, a gente segue lutando contra o machismo no humor.”, lamentou a famosa.

E não foi apenas na arte da atuação que Fafy ouviu esse tipo de frase machista. Anos antes, quando iniciou na carreira musical, ela conta que também presenciou algo bem semelhante.

“Participei de alguns festivais na TV e um dia um produtor me disse que estava sendo pressionado por causa das minhas apresentações, que eles julgavam ser muito teatrais. Eles me queriam transformar em uma concorrente da Fafá de Belém. Não tinha nada a ver. Eu respondi que minhas apresentações eram tão teatrais quando as do Eduardo Dussek e Ney Matogrosso e ouvi: ‘mas eles são homens’. Vi que não teria mais nada para levar para a música daquele jeito e fui fazer teatro e humor”, relembrou ela.

Apesar disso, a atriz nunca deixou de compor. Tanto é, que ela emplacou diversos hits nas vozes de Xuxa Meneghel e Sandy & Junior. Porém, ela admite que não ganha muito com os direitos autorais das canções.

“Direitos autorais de música no Brasil são para poucos. Fiz temas de novelas, música para Sandy & Junior, Xuxa, Renato Aragão etc… Quando a Xuxa gravou minha música Marquei um X, comprei um carro bom com o dinheiro dos direitos, mas o dinheiro da execução não vi. A música foi a mais executada da época. Não faço parte dos privilegiados que ganham dinheiro com direitos autorais. Música passou a ser um hobby para mim.”, declarou.

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