A comentarista política Ana Paula Henkel pediu desligamento da Jovem Pan. A informação foi confirmada por ela via Twitter e pela emissora em contato com a reportagem.
"Hoje [esta segunda-feira (7)] pedi meu desligamento do 'Pingo nos Is'. Tivemos o episódio da censura do TSE, mas desde o resultado das eleições nosso microfone foi aberto e não houve restrição. No entanto, meu amigo e mentor Augusto Nunes foi desligado. Ele quem me levou para a Jovem Pan e quem de fato me manteve no programa. Na semana de sua saída, ele pediu para que eu ficasse. Então eu fiquei, obedecendo as ordens do nosso mestre. Mas seguir no programa sem a perspectiva da sua volta é impossível. E por isso pedi meu afastamento", declarou a comentarista.
Caio Coppolla, Augusto Nunes, Guilherme Fiuza e Guga Noblat também foram desligados da emissora, na semana passada. As mudanças começaram após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL).
Segundo Fefito, colunista do site UOL, o grupo prepara uma guinada editorial e deve moderar o tom crítico ao governo nos próximos meses, além de ter em vista mais mudanças na equipe.
Antes do segundo turno, o plenário do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) puniu a emissora Jovem Pan em três decisões proferidas em julgamento no plenário virtual nesta semana em razão de declarações de comentaristas da emissora consideradas distorcidas ou ofensivas ao ex-presidente Lula.
A coligação de Lula pediu ao TSE que a Jovem Pan fosse obrigada a dar direitos de resposta sobre a situação judicial do petista. Nos comentários, exibidos em programas de 29 a 31 de agosto, os jornalistas afirmaram que o petista não foi inocentado, e sim "descondenado" pelo STF (Supremo Tribunal Federal) nos processos aos quais respondia.
A Corte, que julgou o caso na última semana, não apenas concedeu os direitos de resposta como determinou que a emissora e seus comentaristas "se abstenham de promover novas inserções e manifestações sobre os fatos tratados nas representações", ou seja, a situação dos processos de Lula.
A decisão foi tomada a partir do voto do ministro Alexandre de Moraes, presidente do tribunal, e acabou aprovada por 4 votos a 3.
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