Djidja Cardoso, de 32 anos, empresária e ex-sinhazinha do Boi Garantido, foi encontrada morta em casa em Manaus (AM). Antes mesmo de sua morte, uma investigação já estava em curso e, após a morte, membros de família foram presos.

A Justiça do Amazonas negou o pedido da defesa para substituir a prisão preventiva dos familiares de Djidja por prisão domiciliar. Parentes dela e funcionários de uma rede de salões de beleza foram presos sob suspeita de tráfico de drogas e outros crimes relacionados a um grupo religioso que operava em Manaus.

A mãe de Djidja, Cleusimar Cardoso, e o irmão, Ademar Cardoso, foram presos na quinta-feira (30). Após audiência de custódia, ambos foram encaminhados para prisões em Manaus. O delegado Cícero Túlio, responsável pelo caso, confirmou as prisões. A investigação ainda está em andamento e tramita na vara de inquéritos. Após a denúncia do Ministério Público do Amazonas, a ação penal será enviada para uma vara específica.

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A polícia está investigando se outras clínicas veterinárias forneciam drogas para o esquema montado pelos familiares de Djidja. "Estamos apurando a existência de outras clínicas veterinárias ou estabelecimentos comerciais que eventualmente façam o comércio clandestino de cetamina e que tenham fornecido esse produto para a seita investigada", disse o delegado.

O advogado Vilson Gomes Benayon Filho afirmou que Cleusimar e Ademar eram usuários prolongados de drogas e estavam em crise de abstinência. Ele solicitou tratamento clínico para ambos. "Eles são extremamente dependentes químicos, não tinham condições psicomotoras de se locomover", afirmou. Eles foram presos na quinta-feira (30) e passaram pela audiência de custódia na sexta-feira (31).

Cleusimar e Ademar se apresentaram na delegacia como Maria e Jesus, de acordo com o advogado. "A mãe de Djidja se identificou como Maria, mãe de Jesus, e disse que o filho era Jesus", relatou Benayon Filho. "Eles também convidaram o delegado para experimentar a espiritualidade do grupo."

Funcionários da rede de salões de beleza, incluindo Verônica da Costa Seixas, Claudiele Santos da Silva e Marlisson Vasconcelos Dantas, foram presos. Marlisson se entregou à polícia na sexta-feira (31) e afirmou que estava disposto a esclarecer os fatos para provar sua inocência.

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O grupo religioso, chamado "Pai, Mãe, Vida", realizava rituais com o uso indiscriminado de cetamina, uma droga veterinária com efeitos alucinógenos. A polícia investiga se a morte de Djidja foi causada por uma overdose da substância durante um ritual. A seita, que funcionava há pelo menos dois anos, prometia cura espiritual e envolvia seus seguidores em rituais de transcendência.

A polícia identificou crimes como tráfico de drogas, associação para o tráfico, cárcere privado e estupro de vulnerável. Duas vítimas relataram ter sido mantidas dopadas, despidas e submetidas a abusos físicos e psicológicos. A morte da avó de Djidja também está sendo investigada, suspeitando-se que Ademar tenha injetado cetamina na idosa de 83 anos após ela reclamar de dores.

A investigação continua com a polícia ouvindo vítimas do grupo e verificando o envolvimento de outras clínicas veterinárias na distribuição de cetamina.

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