O Brasil se orgulha de ser um país multicultural, onde diversas fés coexistem e influenciam a identidade nacional. No entanto, a intolerância religiosa continua sendo um problema persistente, gerando debates sobre respeito, representatividade e os limites entre expressão artística e discriminação.
Um novo capítulo dessa discussão foi escrito recentemente, envolvendo a cantora Claudia Leitte e uma investigação por racismo religioso. Por isso, o Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afrobrasileiras (Idafro) e a iyalorixá Jaciara Ribeiro encaminharam ao Ministério Público da Bahia (MP-BA) um pedido para que Claudia Leitte não seja contratada para eventos financiados pelo governo estadual e Prefeitura de Salvador.
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O documento foi enviado nesta quinta-feira (30) à juíza Lívia Santana e Sant’Anna Vaz, da Promotoria de Justiça Especializada no Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa.
O pedido surge em meio a uma investigação sobre uma alteração na letra da música "Caranguejo". A canção, que originalmente mencionava Iemanjá, teve a referência substituída pela expressão “eu canto meu rei Yeshua”. A mudança gerou críticas por parte de lideranças de religiões de matriz africana, que consideraram a edição um apagamento cultural e religioso.
O documento enviado pelo Idafro e por Jaciara Ribeiro argumenta que Claudia Leitte não deveria ser contratada por órgãos públicos, destacando que o Estado tem o dever constitucional de prevenir e combater atos de racismo e intolerância religiosa. A petição enfatiza que recursos estatais não devem ser destinados a eventos que possam reforçar a discriminação.
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Além disso, a solicitação menciona diretrizes internacionais que determinam que os Estados devem “prevenir, eliminar, proibir e punir” manifestações de racismo e intolerância, incluindo qualquer tipo de financiamento público ou privado que contribua para tais práticas. O texto também reforça o papel do Ministério Público na promoção de audiências públicas e na emissão de relatórios sobre casos de intolerância religiosa.
A polêmica levanta questões cruciais sobre liberdade de expressão, respeito à diversidade religiosa e o papel do Estado na preservação da cultura afro-brasileira. O desfecho dessa história pode ter repercussões significativas, não apenas para Claudia Leitte, mas para a forma como o país lida com manifestações de intolerância e o financiamento de artistas em eventos públicos.
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