
Nenhum pai está preparado para enterrar um filho. A dor é profunda, silenciosa e, muitas vezes, inexplicável. Para Gilberto Gil, esse sentimento já foi vivido mais de uma vez. A perda da filha Preta Gil, no último 20 de julho, trouxe à tona lembranças dolorosas e um luto que o cantor conhece bem demais. Em entrevista ao Fantástico, exibida no último domingo (10), ele falou sobre a ausência que fica e sobre como a vida continua, mesmo diante de tamanha saudade.
Preta enfrentou um câncer durante três anos. Nesse período, família e amigos se prepararam para o pior, mas, como relembra o pai, a notícia inicial foi um choque difícil de assimilar. “O diagnóstico dela foi muito duro desde o início, então tivemos tempo para nos acostumar com a ideia”, contou Gil. Ainda assim, a despedida não foi menos dolorosa.
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Gilberto Gil descreveu a filha como “cheia de vida” e “intensa no sentido afetivo”, ressaltando que ela já vinha enfrentando um sofrimento prolongado. Mesmo com a consciência do avanço da doença, ele afirma que o impacto da perda é inevitável. “A morte faz parte da vida e a gente segue, mas essas pessoas deixam um espaço enorme”, disse, emocionado.
Durante a entrevista, o cantor comentou sobre o carinho recebido no velório, realizado no dia 25 de julho. Para ele, o apoio do público funcionou como um alívio momentâneo em meio à dor. “Tem um lado de bálsamo, algo que conforta um pouco. Ajuda a resistir à dor da perda”, afirmou.
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Gil também relembrou a morte do filho Pedro, em 1990, aos 19 anos, outro capítulo triste de sua história. Ao refletir sobre a ordem natural da vida, disse: “Às vezes, os velhos têm a impressão de que os filhos vão enterrá-los. Mas às vezes, não.” A frase, curta e carregada de significado, repercute como um lembrete da fragilidade humana.
Sobre os momentos finais com Preta, o cantor revelou que não houve uma despedida consciente. “Sabendo que seria a última, não. Porque o mistério da vida continuava tão intenso quanto o mistério da morte”, explicou. Segundo ele, as conversas nos últimos dias giravam em torno de temas comuns, como amigos, parentes, o filho dela, amores e “as coisas do mundo”.
Questionado sobre o legado que a filha deixa, Gilberto Gil destacou sua intensidade e entusiasmo. “Ela era entusiasta de um viver que melhora a vida dela e dos outros”, disse. Também lembrou que Preta era “a mais espevitada dos filhos e uma menina incrível que deixou lições valiosas para todos ao seu redor".
Preta Gil faleceu aos 50 anos nos Estados Unidos, onde realizava tratamento experimental contra o câncer, após ter esgotado todas as possibilidades de cura no Brasil. Sua partida deixa um vazio irreparável na música, na cultura e, principalmente, no coração da família. Para Gilberto Gil, a dor da perda se mistura à gratidão por ter convivido com uma filha que, como ele mesmo define, foi intensa e inesquecível.
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