
Giorgio Armani, o estilista que transformou a alfaiataria masculina e elevou o casual chique a outro patamar, faleceu aos 91 anos. Mais do que um criador de roupas, Armani foi um arquiteto de estilo, influenciando décadas de moda, cinema e comportamento.
Natural de Piacenza, no norte da Itália, Armani começou sua trajetória tardia, aos 41 anos, quando fundou a Giorgio Armani com incentivo de seu companheiro Sergio Galeotti, morto em 1985. Antes disso, passou pelo Exército e teve experiências iniciais no comércio, trabalhando como comprador na loja de departamentos La Rinascente, em Milão, antes de se tornar designer da linha masculina de Nino Cerruti.
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O que o diferenciou desde cedo foi a visão de modernizar o tradicional terno masculino. “Quis usar tecidos novos e agradáveis, além de revisar o blazer, eliminando muito do forro e do enchimento. O resultado foi um look mais próximo do corpo e confortável”, disse Armani em entrevista. A desconstrução da alfaiataria nos anos 1980 revolucionou a forma como homens se vestiam, unindo elegância e praticidade.

Em seguida, Armani lançou seu olhar para a moda feminina. Convencido de que tinha algo a dizer, ele buscou traduzir autenticidade e sofisticação sem abrir mão do conforto. “A abordagem é mais mental e menos física, embora igualmente pragmática”, afirmava, consolidando o título de rei do casual chique e da discrição.
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O cinema foi outro palco que catapultou Armani ao estrelato. O filme “Gigolô americano” (1980), com Richard Gere usando sua alfaiataria, marcou um divisor de águas. A partir daí, seu trabalho passou a vestir mais de 250 produções cinematográficas, incluindo “Os Intocáveis” e “Beleza Roubada”, consolidando sua presença no tapete vermelho e entre celebridades.

Em 1981, Armani ampliou seu império com a criação da Emporio Armani, e em 1982 se tornou o segundo estilista da história a estampar a capa da Time, depois de Christian Dior. No mesmo ano, lançou sua linha de underwear, que contaria com campanhas icônicas estreladas por David Beckham, Cristiano Ronaldo e Rafael Nadal, sempre com foco em atitude e personalidade, e não apenas físico.
Reservado e discreto, Armani era um signo de elegância dentro e fora das passarelas. Sem filhos, dedicava suas horas vagas à família, amigos e viagens, sempre acompanhado de assessores e comitiva. Polêmicas não faziam parte de sua rotina; uma das raras exceções foi uma declaração sobre moda e identidade sexual que repercutiu nas redes sociais.

A relação com a imprensa era medida e cuidadosa. Apesar da fama global, Armani permaneceu fiel à sua filosofia de simplicidade e rigor estético, mantendo sua vida privada longe dos holofotes. Mesmo em rivalidades com outros ícones, como Gianni Versace, Armani se destacou pela classe e pelo silêncio estratégico.
Ao deixar este mundo, Giorgio Armani deixa um legado de inovação, elegância atemporal e influência cultural que transcende gerações, lembrando a todos que moda é mais do que roupa, é atitude, personalidade e história.

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