A academia é o “lugar da saúde”, onde as pessoas buscam bem-estar, superação pessoal e qualidade de vida. Mas, entre aparelhos modernos e treinos cada vez mais populares, uma discussão urgente volta e meia tenta ganhar espaço: quem garante a segurança do aluno enquanto ele se exercita? O caso mais recente, ocorrido em Olinda, reacendeu esse alerta de forma trágica.
Um homem de 55 anos morreu após ser atingido por uma barra de supino durante um exercício em uma academia de Olinda, em Pernambuco, na última segunda-feira (1º). Ronald José Salvador Montenegro, de 55 anos, teve o tórax pressionado pelo equipamento. Ele chegou a ser levado para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas não resistiu ao impacto, segundo informou a Polícia Civil de Pernambuco.
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O acidente foi registrado pelas câmeras de segurança do estabelecimento. Nas imagens, Ronald aparece realizando o exercício de supino. Ao tentar levantar a barra pela segunda vez, o equipamento escapa de suas mãos e cai diretamente sobre o peito. Ele ainda consegue se levantar, levando a mão ao tórax, mas cai logo em seguida, enquanto outras pessoas correm para socorrê-lo.
A Polícia Civil classificou o caso como morte acidental. Já a RW Academia, onde Ronald treinava, afirmou em nota que prestou “atendimento imediato”.
VEJA:
Homem morre após ser atingido no peito por barra de supino durante exercício em academia
— Jornal O Dia (@jornalodia) December 4, 2025
Crédito: Reprodução#ODia pic.twitter.com/HMnSGPzJMK
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“Esse treino precisa de acompanhamento”, diz familiar
Um parente da vítima, que preferiu não se identificar, questionou a ausência de um profissional acompanhando o exercício, especialmente por se tratar de um equipamento que exige atenção redobrada.
“Esse é um treino que requer um treinador naquele aparelho. No vídeo, você vê que ele está bem, faz uma sessão, aquece os braços para fazer novamente e, ao sentar, não consegue e [a barra] escorrega. Mas se tivesse acompanhamento… O que queremos é que as academias vejam a questão da prevenção com relação a esse equipamento. Os personais não podem deixar que o aluno fique tranquilamente fazendo, mesmo que saiba o movimento”, disse.
O familiar também criticou a ausência de estrutura de primeiros socorros no local. “Não tinha bombeiro, não tinha posto médico dentro da academia, não tinha nada, totalmente ao léu. Eles precisam fazer alguma coisa, porque as pessoas não podem morrer assim”, afirmou.
A família agora aguarda o laudo da necropsia para entender as circunstâncias da morte.
Quem era Ronald José?
Muito além do universo fitness, Ronald José era um nome conhecido na cultura de Olinda. Pai de dois filhos, ele era uma figura importante na manutenção e modernização dos tradicionais bonecos gigantes, símbolo do carnaval da cidade. Foi presidente do Centro Cultural Palácio dos Bonecos Gigantes de Olinda, onde deixou marcas de dedicação e inovação.
Nas redes sociais, o grupo homenageou Ronald: “Hoje perdemos não apenas um líder, mas um amigo, um criador, um defensor apaixonado pela cultura popular e um dos grandes responsáveis por manter viva a tradição dos bonecos gigantes que encantam Olinda e o mundo”, diz a nota.
Família cobra mudanças nas academias
Segundo os familiares, Ronald era ativo, acostumado a frequentar academias e praticar exercícios. O que pesa, dizem, não é apenas o acidente fatal, mas a sensação de que ele poderia ter sido evitado.
A queixa envolve desde a ausência de acompanhamento de instrutores até a falta de estrutura de emergência, como profissionais treinados, materiais de primeiros socorros e protocolos claros para atendimentos imediatos.
“Está na academia, sabe fazer o treino, mas não tem acompanhamento. Isso precisa mudar”, reforçou o parente.
O corpo de Ronald foi enterrado na quarta-feira (3), no Recife. A família espera respostas e mudanças.
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