IA "clone" Luíza Sonza cantando Taylor Swift; veja reação na web

O uso da inteligência artificial na música brasileira voltou ao centro das atenções após a circulação de uma versão em português de um sucesso de Taylor Swift, intitulada “A Sina de Ofélia”, interpretada com uma voz digitalmente recriada da cantora Luísa Sonza. O projeto, que não conta com participação oficial da artista, ganhou um clipe produzido integralmente por IA e rapidamente viralizou. Em poucas horas no YouTube, o vídeo ultrapassou 300 mil visualizações, impulsionado pela curiosidade do público e pela forte repercussão nas redes sociais.

Apesar de Luísa Sonza nunca ter gravado a canção, a semelhança vocal obtida por meio da tecnologia foi suficiente para gerar alto engajamento e também polêmica. O caso reacendeu discussões sobre autoria, ética e limites criativos no uso da inteligência artificial, especialmente quando a tecnologia envolve a imagem e a voz de artistas reais, sem consentimento explícito.

O episódio se insere em um movimento mais amplo da indústria musical, que vem testando o potencial da IA em produções audiovisuais. Nos últimos meses, diferentes artistas brasileiros adotaram a tecnologia com resultados variados. Um dos exemplos é Ana Castela, que lançou um clipe totalmente feito com inteligência artificial para a música “Tropa do Chapelão”, parceria com o DJ Diplo e parte do álbum Let’s Go Rodeo, lançado em maio. A iniciativa dividiu opiniões e foi alvo de críticas nas redes sociais, levantando questionamentos sobre estética, autenticidade e o papel do artista no processo criativo.

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Em outra vertente, a inteligência artificial tem sido utilizada com apelo emocional e memorial. O cantor sertanejo João Paulo (1980–1997), que formava dupla com Daniel, foi recriado digitalmente no clipe da música “Meu Grande Parceiro”, lançada por sua filha, Jéssica Reis. A canção homenageia o artista, morto em um acidente de carro quando a filha ainda era criança. Em entrevista ao programa Encontro, da TV Globo, Jéssica relatou a emoção ao ver o pai recriado no vídeo. “Dá a impressão que ele realmente está falando com a gente. Foi uma surpresa enorme para mim e para minha mãe”, afirmou.

No rock nacional, a banda Titãs também apostou na tecnologia ao lançar, em abril deste ano, um clipe feito com inteligência artificial para a música “São Paulo 1”, faixa do álbum Olho Furta-Cor, de 2022. O videoclipe foi lançado três anos após a canção e chamou atenção justamente por ampliar a narrativa visual da obra por meio de recursos tecnológicos.

Fora do universo musical autoral, a IA também ganhou grande repercussão na publicidade. Em 2023, uma campanha da Volkswagen emocionou o público ao promover um dueto inédito entre Elis Regina, morta há 43 anos, e sua filha Maria Rita, em comemoração aos 70 anos da montadora no Brasil.

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Entre inovação, emoção e controvérsia, o avanço da inteligência artificial na música segue provocando debates intensos. Enquanto parte do público se encanta com as novas possibilidades criativas, artistas e especialistas discutem até que ponto a tecnologia pode ou deve ir ao recriar vozes, imagens e legados da música brasileira.

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