Desde as primeiras inserções das chamadas da próxima novela das 21h da Globo, "Segundo Sol", uma onda de internautas vem criticando a falta de atores negros em um folhetim que se passa na Bahia. Contra as críticas, a emissora garante que chegou a convidar a atriz Camila Pitanga para o papel principal.
Segundo a rede de televisão dos Marinhos, Camila recusou o trabalho por ainda não ter se recuperado da tragédia ocorrida com Domingos Montagner, ator que faleceu durante as gravações de "Velho Chico" em 2016.
Em "Segundo Sol" estão os atores Emílio Dantas, Vladimir Brichta, Giovanna Antonelli, Deborah Secco e Adriana Esteves.
Ainda sobre a polêmica racial, a Globo argumentou, em nota, que a escalação dos atores obedece outros critérios.
"Os critérios de escalação de uma novela são técnicos e artísticos. A Globo não pauta as escalações de suas obras por cor de pele, mas pela adequação ao perfil do personagem, talento e disponibilidade do elenco. E acredita que esta é a forma mais correta de fazer isso", disse a nota da Globo.
De autoria de João Emanuela Carneiro, "Segundo Sol" será ambientada na Bahia, entre Salvador e a fictícia Boiporã. A história terá duas fases separadas por 18 anos.
CRÍTICAS
"Parece que a nova novela 'Segundo Sol' se passa na Bahia mas quase não tem ator negro. Parece que não teve sol o suficiente"; "Todo mundo sabe que a Tais Araújo é que deveria ser a protagonista de 'Segundo Sol'"; e "A próxima novela da Globo, 'Segundo Sol', se passará na Bahia. No Estado em que quase 80% se auto declaram negro ou pardo o elenco será de maioria branca" são alguns dos comentários encontrados no Twitter.
Nas redes sociais, internautas criaram uma ação contra a emissora. A campanha "Eu Poderia Estar na Novela Segundo Sol" traz uma lista de atores negros que poderiam compor o elenco. Há nomes como os dos atores Lázaro Ramos, Tais Araújo e Sheron Menezzes.
Manuela D'Ávila, pré-candidata do PC do B à Presidência, e a página do Facebook Quebrando o Tabu, administrada pelo cineasta Fernando Grostein, também aderiram à campanha.
OUTROS CASOS:
Apesar de dizer que o critério é técnico e artístico, a Rede Globo já deixou a desejar neste aspecto quando deu a atores de outras etnias papéis em que originalmente os personagens são negros.
Um exemplo foi a adaptação do livro de Jorge Amado, Tereza Batista Cansada de Guerra, que na TV foi vivida pela "morena" Patrícia França, em 1992.
Uma década depois, o mesmo Jorge Amado teve que ver o seu Guma, personagem de Mar Morto, com menos melanina ao ser interpretado por Marcos Palmeira, na adaptação de Aguinaldo Silva para a novela Porto dos Milagres.
(DOL com informações da FolhaPress e MSN)
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