Inspirado por Vinícius de Moraes a levar amor para aliviar o peso dos dias atuais, o cantor, compositor e rapper Rael construiu “Capim Cidreira”, seu quarto disco de estúdio. Lançado no último dia 12 nas plataformas digitais, pela Laboratório Fantasma, com distribuição da Sony Music, o trabalho conta com dez faixas inéditas.
O repertório leve e dançante, diz ele, “foi coisa que aconteceu naturalmente”. O disco, na verdade, apenas demorou um pouco para sair porque o plano inicial era que fosse produzido por Carlos Eduardo Miranda, falecido em março do ano passado. “Acabou levando um tempo até que decidi eu mesmo produzir”, justifica.
Alguns fatores colaboraram para que a personalidade e nome do disco se apresentassem. Um deles, foi uma viagem à África, em que Rael pôde se conectar com a música de lá e o fato de investir em seu home estúdio, incluindo a ideia de pensar em plantar no local. “Fez eu me conectar também com a natureza e me lembrou minha avó, que dava chá de cidreira quando a gente estava agitado”, recorda.
Assim, a ideia que tinha para seu quarto disco mudou completamente. “Pela perda do Miranda e coisas do mundo, fiquei numa ‘bad vibe’. E pensei que precisava falar de outra coisa, precisava me conectar mais com o amor, fugir dessa polarização, do discurso de ódio que está aí nas redes sociais. Acho que a gente está precisando falar de amor”, defende.
As músicas foram fluindo uma a uma. “A maioria veio primeiro a parte instrumental, depois a letra foi tomando forma. No mesmo período eu estava com a turnê ‘Rael Canta Vinicius de Moraes’, falando de amor do início ao fim, o que acabou se infiltrando no disco também”, diz.
E em alguns momentos, não só o amor cantado a uma mulher, como aparece em faixas como “Flor de Aruanda” e “Especial”, mas também há palavras positivas, colocadas de forma a melhorar o mundo: “A fé não pode se perder/ Palavras podem te curar/ Com as armas de Ogum/ As águas de Odoyá/ Eu permaneço firme e forte que nem no começo/ Felicidade não tem cor, idade e nem endereço”, canta Rael em “Sempre”, segunda faixa do álbum.
Convidados
As participações especiais ficam por conta de Thiaguinho (na faixa “Beijo B”), com quem o rapper gravou recentemente o “Rael Convida”, canal no Youtube no qual promove o encontro entre o rap e o violão junto a um convidado, sempre pessoas com quem sente afinidade musical. Pelo programa já passaram figuras como Criolo, Black Alien e Di Ferrero.
A segunda participação foi banda Melim em “Só Ficou o Cheiro”. “Eles acabaram entrando para gravar quando o disco estava quase todo pronto. Eu havia convidado, mas a agenda não ajudava. Eu já assiti ao show deles e eles o meu, pensei que tinha tudo a ver”, comenta. A música acaba adquirindo a pegada pop dos convidados.
E misturar não é novidade na carreira de Rael. “Eu sempre promovi o encontro entre o rap com outras coisas. Fiquei no grupo de rap Pentágono por 15 anos e ali já fazíamos isso, com reggae, samba, MPB”, lembra. Nessa pegada, com o grupo, Rael lançou hits como “É o Moio” e “Lembranças”, antes de optar pela carreira solo, em 2012.
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