“Viva Chico Braga” é um carimbó-homenagem a um dos mestres mais importantes da cultura da região do salgado paraense. Sua vida foi cercada de misticismo, histórias, causos a ponto de ser considerado um símbolo da cultura da Ilha de Algodoal. Sua morte não poderia ser menos icônica. Faleceu no dia 7 de setembro de 2015, “mudando o calendário” como a música de Mateus Moura propõe. Rufos de tambores criticam as continências que são feitas ao “dia da independência do Brasil” e “chamamentos” feitos por uma verdadeira orquestra de carimbó com vários banjos, curimbós e maracas saltam aos ouvidos na música que vem pra marcar, com tom de festa, o dia em que o Mestre Chico Braga encerrou sua vida e “foi pro mar”. O single foi lançado nas plataformas digitais nesta segunda-feira, 7 de setembro. 

Composta há mais de um ano em uma oficina de cinema ministrada por Mateus Moura em Magalhães Barata, terra natal de Chico Braga, a letra veio junto com um documentário sobre os primeiros anos de vida do mestre. As entrevistas com a família que ainda reside na cidade e as histórias do “Chico Gó”, como era conhecido por lá, serviram de material para o curta mas também para o carimbó que se formava nas mãos de Mateus. As palavras que celebram “Maraca, maraca, maraca / Viva Chico Braga” logo ganharam coro nas rodas de carimbó de Belém, seja por Mateus ou outros grupos como o “Cobra Venenosa” e o “Vivência Percussiva”. O convite para registro da música veio pelo Estúdio dos Bichos, de administração dos artistas Cachacinha e DK (Daniel Kahwage), com participação de 20 artistas na gravação e ficou guardada esperando o dia certo para vir ao mundo. 

“Cada música que lanço sinto como se fosse um grande passo na minha carreira, porque sei o quanto já sonhei com cada uma delas, e ver elas se materializarem em gravações é uma conquista valiosa pra mim, também porque sei o trabalho que dá! Não é fácil! Quem tá no corre sabe. Me honra muito registrar nessa música o encontro de tantos artistas que admiro, homenageando um artista que tanto admiramos, afirmando o que valorizamos, além do que aprendemos na escola, num contexto nacional que deseja cada vez mais o apagamento desse Brasil que acreditamos”, confessa o artista. 

Mateus Moura é um multiartista paraense que atua na música, no teatro e no cinema. Sua obra musical teve início em 2010 com a banda “Les Rita Pavone”, da qual foi integrante por 10 anos e, recentemente, lançou trabalhos assinados com seu próprio nome e com o grupo “Manto”, uma das bandas finalistas das Seletivas Se Rasgum 2019. Tanto a obra solo quanto o grupo têm registros disponíveis nas plataformas de streaming e terão companhia em breve. Mateus está em processo de produção de três álbuns: um do Manto, outro solo no estúdio Guamundo, de onde saiu o recém lançado single “Manhãzinha”, e outro no Estúdio dos Bichos, que apresenta como primeiro fruto a música “Viva Chico Braga”. Sem pressões de estilos predefinidos ou ansiedades de se encaixar no mercado musical de uma forma óbvia, o trabalho de Mateus Moura surge da fluidez do processo artístico e é dela refém. 

LANÇAMENTO DO SINGLE “VIVA CHICO BRAGA”

7 de setembro, a partir de 00h, em todas as plataformas de streaming 

Mais informações - https://instagram.com/mateusmourainsta

FICHA TÉCNICA “VIVA CHICO BRAGA”

 Composição e Voz: Mateus Moura

 Curimbós: Flávio Gama, Adilson Santos, Loba Rodrigues

 Maracas: Antônia Conceição, Simone Viana, Camila Rodrigues e Dani Gatinho

 Banjos: Roberta Costa e Marcelino Santos

 Caixas: Cah Lima e Caio Azevedo

 Sopros: Marcos Sarrazin

 Conga: Larissa Medeiros

 Coro: Otânia Freire, Karimme Silva, Larissa Medeiros, Gabriel Gaya, Arthur da Silva, Cuité Marambaia

 Cuidadora vocal de Mateus Moura: Tainá Coroa

 Produção Musical: Mateus Moura, Luan Sanches, Reebs Carneiro, Flávio Gama, Otânia Freire, Larissa Medeiros e Marcos Sarrazin

Técnicos de gravação: Luan Sanches e Daniel Kahwage

Gravado, mixado e masterizado no Studio dos Bichos/PA

A arte do single foi criada a partir do encontro da artista visual Kerolayne Kemblim com o acervo fotográfico de Cris Salgado.

Foto: Pierre Azevedo/Divulgação

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