André Matos celebra os 131 anos de Almeirim com live musical

Uma maneira de localizar Almeirim é se orientando pela geografia, que diz que o município está situado à margem esquerda do Rio Amazonas, no estado do Pará e pertence à Mesorregião do Baixo Amazonas, localizado no norte brasileiro, a uma latitude 01º31'24" sul e a uma longitude 52º34'54" oeste.

Uma outra forma de viver, experienciar e mesmo de contar e saber de Almeirim é através da memória afetiva de quem vive ou viveu por lá. E é óbvio que, ao fechar os olhos, cada almeiriense terá seu próprio retrato da cidade.

Há algumas memórias coletivas que a própria historiografia da cidade registra. Por exemplo: Almerim foi um dos palcos da Cabanagem. É também um dos municípios influenciados, mais recentemente, pelo projeto Jari, mas é também conhecida pela sólida expressão cultural, tanto aquelas marcadas pelas festas de devoção, como a de São Benedito e de Nossa Senhora da Conceição, padroeira católica da cidade, como também a já centenária dança do Gambá, promovida pela família Castro geração após geração, com seus diversos ritmos como a Marandangueira, a Desfeiteira, o Xote, a Valsa, o Puladinho, o Samba, etc.

A esta Almerim nos conectamos através da sensibilidade do Artista, geração após geração, que nesse exercício, acaba por dar sabor diferente às nossas memórias, nos reconectando de maneira distinta à nossa própria história. Bem, André Matos reabre as portas dessa Almerim-memória e nos presenteia.

Filho de Almeirim

Filho do fazendeiro e comerciante Abel Pantoja de Azevedo e de Maria de Nazaré Matos de Lima, André trabalhou até os primeiros anos de sua adolescência, ajudando o pai na fazenda de gado “na cabeça do rio Paru”. E teria, talvez, seguido o ofício do pai, na vida adulta. Ocorre que Almeirim, ao longo de sua história, além de ser marcada pela agricultura e pecuária, também se constituiu como berço da música e, um dia, um dos irmãos de André, Albe Matos, foi premiado num concurso de Calouros, determinando uma mudança não só no curso de sua vida, como na vida do irmão adoelscente, que logo, tomou o violão do laureado irmão para “descobrir” o instrumento. Autodidata, em cerca de um ano transitou da percussão de um grupo de pagode para sua primeira apresentação como vocalista, foi cantar “na noite” e não contava mais que 15 anos de idade.

“Eu nasci em 1983, e me criei em Almeirim, e desde o ano de 1990, quando vi a primeira Feira de arte de cultura de Almeirim conhecida como 'FEARCA' me encantei pelos stands que colocaram na Praça do Centenário, que mostravam a cultura indígena, a matéria prima para a produção de papel, conhecimento da medicina e entre outras coisas que mostravam os recursos que a cidade tinha para oferecer", relembra o cantor

A sua história logo se misturaria à história de seus primos, com alguns dos quais, André formou diversos grupos musicais, que embalaram a própria juventude nas casas de show existentes, como Almerim Atlético, Palmeiras e nos festivais locais como o da Dourada e do Acari. “A partir dessas exposições, passei a participar de eventos, atrações culturais e shows de calouro. E no ano de 2002 eu me apresentei como cantor profissional com a banda Parafenal que na época era a banda renomada da cidade, dai então não parei mais”, fala ao lembrar de sua trajetória na cidade. Levaram, assim, pra frente a história de sua avó materna, Aurora Matos, que também andou dando suas palhetadas no cavaquinho, levaram pra frente a tradição do município na música, já consolidada pela tradicional família Castro. Inegável, a história do município é a história das pessoas.

De geração em geração

Esses tantos fios de histórias não passaram despercebidos pelo cantor e compositor Ray Neves, que os tomou por matéria prima de sua obra e nos presenteou com canções que devem referenciar as gerações seguintes, deixando-lhes pistas para que se reconectem com essa memória. O compositor canta as histórias do município há mais de trinta anos.

São dele as composições que servirão de fio condutor para a live de André Matos. Entre elas, a inédita “O grito das ladeiras”, que cita fatos históricos da cidade como as manifestações culturais da Família Castro, a feira de arte e cultura da cidade, assim como o famoso “Acari” (peixe típico da região), além das faixas Santo Padroeiro, "Moleque" e "Arapiuns".

André comemora “Eu me sinto muito feliz em poder homenagear minha cidade com a minha arte, mostrando ao mundo um pouco da sua cultura.”

O grito das ladeiras

Em 1989.....em 1989

Renasceu em Almeirim

O canto das tribos, o grito das ladeiras... O batuque da família Castro Que fala de mim e de você.

Para falar dos menestréis do violão

Que pintura o som do banho na canção Mestre Gui, Joana Rocha e Antinha

Eu quero rezar com Luiza minha ladainha

João Rosa, Levindo e café

Wanderley com Ivana e André

Seu Mimim com Zé Nilo e Mari

Cortejando Sabá que criou isso aqui

Eu fico com a pureza Do Acari que vem do Alho

Sou moleque, sou Fearca

Pra carilho

A letra da canção fica como isca, mas se quiseres conhecer os arranjos, coloca na agenda e vem comemorar junto com André.

Serviço:

A live será transmitida via facebook e instagram pelo perfil do artista @@andre.matos_oficial.

Data: 15 de agosto (domingo)

Hora: a partir das 20h

Você pode acompanhar o trabalho de André Matos no Youtube, Facebook ou Instagram.