O palco do Festival Psica será cenário de uma celebração histórica no próximo sábado (14), no Estádio do Mangueirão. O evento trará o encontro entre Tony Tornado, seu filho Lincoln Tornado, e a lendária Banda Black Rio. Essa é a primeira vez que o trio se apresenta junto no Pará, celebrando a essência da Black Music brasileira, em um poderoso show de resistência, arte e orgulho.
O festival começa na sexta-feira (13), na Cidade Velha, em um dia gratuito e aberto ao público. Já nos dias 14 e 15, a entrada será com a comprovação dos ingressos, no estádio. Nos três dias, serão mais de 50 atrações, com shows também da vencedora do Grammy Latino e “Artista do Ano” pelo Prêmio Multishow 2024, Liniker; da cantora paraense Fafá de Belém; da rainha da tecnocúmbia, a peruana Rossy War; da estrela da sofrência João Gomes; o fenômeno Baianasystem; e feats inéditos, como Cátia de França + Amelinha.
Tornado, ícone da música negra do Brasil, carrega em seus 94 anos de vida uma trajetória marcada por luta, representatividade e pioneirismo. Durante os anos 1970, ele reivindicou com orgulho a bandeira na negritude. Com suas roupas coloridas e cabelos crespos, mostrou outra maneira de ser a uma juventude reprimida pela ditadura militar e pelo racismo.
Hoje, Tony continua encontrando motivos para comemorar: a chegada das cinco décadas de carreira. O momento não poderia ser mais especial do que poder celebrar ao lado do filho Lincoln e colega de profissão, William, escolhendo o Psica como um dos palcos para comemorar sua trajetória. “Tenho certeza que teremos uma grande festa”, afirmou o ator e cantor sobre a expectativa de estar no palco do festival, que este ano se consagra como espaço de protagonismo para a cultura preta e periférica da Amazônia.
Para Lincoln Tornado, seguir o legado do pai é motivo de orgulho e responsabilidade. “Não há melhor forma de conhecer um estado do que poder se apresentar nele, entregando arte e conhecendo culturas diferentes”, destacou o artista.
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Ele também refletiu sobre o papel histórico do movimento Black Rio, criado para dar voz e espaço à população negra. “Esses artistas foram porta-vozes de um povo que buscava respeito, reconhecimento e valorização de sua etnia e cultura”, disse.
Lincoln destacou a importância de resgatar o sentimento de pertencimento por meio da arte, algo que ele e os outros artistas buscam trazer para os jovens e adultos negros que participarão do festival. “Quando olhamos para trás, vemos artistas que usavam sua arte para expor o que pensavam, o que sentiam, e se comunicar com seu público. O sucesso era consequência,” afirmou.
IDENTIDADE
A Banda Black Rio, fundada por Oberdan Magalhães, pai do atual líder William Magalhães, também nasceu como um espaço de afirmação e resistência para a juventude negra dos anos 1970. Formada por músicos negros da Zona Norte do Rio de Janeiro, o grupo combinou samba carioca com os grooves do funk, soul e jazz norte-americano, criando uma sonoridade inovadora e atemporal. Mas, ao mesmo tempo que movimentavam a cena cultural, também enfrentavam repressão. “Os militares coagiam gravadoras a não lançarem discos do movimento, pois enxergavam perigo naquilo que era novo e empoderador”, relembrou William.
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William diz carregar o legado familiar com orgulho. “Me sinto um herói da música preta pelo que estou fazendo. Meu trabalho é pesquisa, é compor letras de protesto, é buscar visibilidade e lutar por uma reparação histórica,” afirmou.
Ao participar do festival, William revela que irá confirmar seu compromisso na manutenção dessa luta por reconhecimento e espaço. “Eu fico feliz de ver a história do Psica, que aborda isso com seriedade e valor. Essa luta precisa de apoiadores, e o festival é um exemplo disso, proporcionando essa oportunidade para debatermos essas questões”, declarou o artista.
O Psica Dourado começa na próxima sexta-feira (13), com programação gratuita em seis palcos a céu aberto no bairro da Cidade Velha. Em seguida, o festival ocupa o Estádio Olímpico do Pará, o Mangueirão, para dois dias de festa, sábado e domingo, 14 e 15 de dezembro.
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