
A arte paraense é composta por talentos e nomes que ajudaram a construir a identidade cultural amazônica também a partir da música. Para celebrar um dos nossos maiores nomes, um espetáculo está sendo preparado com carinho para o público.
O músico e compositor Ronaldo Silva apresenta no dia 11 de setembro, às 20h, no Teatro Margarida Schivasappa (FCP), o show “Maquinista”, que lança oficialmente o disco homônimo e celebra o reconhecimento do artista como Mestre de Cultura do Pará. O espetáculo também traz ao palco obras recentes, parcerias de longa data e músicas que se tornaram parte da memória coletiva do público.
O show conta com meia-entrada sustentável: basta doar qualquer quantidade de tampas de garrafas PET. O material será usado em oficinas de reaproveitamento de resíduos para criação de instrumentos musicais, que serão realizadas pelo Instituto Arraial do Pavulagem.
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Convite para uma viagem sonora no Teatro Margarida Schivasappa
O show contará com a participação de convidados como Íris da Selva, Allan Carvalho e Júnior Soares, parceiros em diversas composições. No palco, Ronaldo estará acompanhado por Manassés Malcher (trombone e arranjos), Gerson Levi (trompete), William Jardim (guitarras), Jonatas Gouveia (contrabaixo), além da percussão de Márcio Jardim e Bruno Mendes.
Ronaldo diz que o show foi pensado para traduzir sua caminhada artística como um trem da vida. “Eu faço narrativas sonoras, rítmicas e poéticas sobre o cotidiano da floresta. O título ‘Maquinista’ é referência ao novo trabalho, mas também representa essa itinerância, essa viagem que percorre os trilhos da vida. O repertório vai mostrar minhas parcerias, minha memória musical e meu compromisso com a diversidade da Amazônia”, afirma.
O reconhecimento estadual reforça o legado que Ronaldo já carrega desde 2018, quando recebeu o título de Mestre da Cultura Popular Brasileira pelo Ministério da Cultura. Mais do que somar prêmios, essa nova conquista reafirma o impacto de sua trajetória como artista que criou pontes entre o saber popular e o cenário contemporâneo da música, valorizando o pertencimento amazônico em escala local e nacional.
Ao comentar o título, Ronaldo Silva afirma: “Vejo como uma como uma consagração da escolha que fiz ainda jovem: ser um músico da floresta, mesmo com todas as dificuldades desse caminho. Para mim, é o reconhecimento de que cada canção, cada parceria e cada álbum gravado são contribuições para a memória cultural da Amazônia. É um presente que celebro não só por mim, mas por todos que trilham comigo essa luta para que a nossa música continue viva e pulsante. E quero que o público venha celebrar essa trajetória comigo nesse show”, comenta.
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“Maquinista”: novo álbum revela raízes do artista
O álbum faz parte da coleção Rios do Mundo e tem como fio condutor as imagens e sensações do interior paraense, mesclando carimbó, retumbão, ladainhas e influências do cancioneiro tradicional da região. A ambientação do disco, feita com gravações in loco e arranjos minimalistas, reforça o caráter sensível e autobiográfico da obra, que transita entre o individual e o coletivo, entre o tempo da lembrança e o presente da criação artística.
A coleção Rios do Mundo
Cada obra da coleção Rios do Mundo parte de uma vivência concreta com os territórios, reunindo ritmos tradicionais, experimentações sonoras e narrativas poéticas para valorizar o patrimônio imaterial de povos que vivem em diálogo com as águas.
A iniciativa reúne produções musicais e registros culturais realizados por artistas independentes que atuam de forma voluntária em diferentes regiões do Brasil e nasceu como um levante colaborativo, promovendo imersões criativas em municípios paraenses para registrar, valorizar e partilhar a memória de festas populares, mestres da cultura tradicional e expressões autorais dos próprios artistas.
A coleção já conta com singles como “Odivelas”, “Abre Caminho” e “Manjericão”, em parceria de Ronaldo Silva e Allan Carvalho, além de álbuns e EPs com registros de mestres como Tia Fausta, Tia Nega e Mestre Piticaia e produções com o Boi de Máscara de Odivelas, aprofundando o mapeamento da cultura popular no Pará.
História viva da música amazônica
Ao longo das últimas décadas, Ronaldo Silva compôs músicas que se tornaram parte do imaginário amazônico e brasileiro. No Arraial do Pavulagem, é autor ou coautor de canções que embalam os cortejos populares e refletem a força da tradição oral, da fé, das festas e da alegria do povo paraense. É também referência como educador, mestre de saberes e figura central na articulação entre arte, cultura e educação popular.
Nos últimos anos, seu trabalho ganhou repercussão internacional. A música Rodopiado, composta por Ronaldo Silva, foi remixada pela dupla norte-americana Sofi Tukker e lançada com o nome Veneno, integrando a trilha do jogo global eFootball. Já Cachoeira Prateada, outra composição sua, foi incluída na trilha do filme “Instinto Predador” (Primal), protagonizado por Nicolas Cage, reforçando a potência artística e poética de sua obra.
SERVIÇO: SHOW “MAQUINISTA” - RONALDO SILVA
- Data: 11 de setembro de 2025
- Horário: 20h
- Local: Teatro Margarida Schivasappa - Fundação Cultural do Pará
- Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia)
- Vendas: Bilheteria do Teatro Margarida Schivasappa, sede do Instituto Arraial do Pavulagem (Boulevard da Gastronomia, de 19h a 21h) e no site da Sympla.
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