Se há um senso comum no Brasil — atualmente dividido entre narrativas maniqueístas — é a reverência aos Tribalistas. Prova disso são os estádios com lotação esgotada por todas as cidades por onde a tour passou. Sempre repletos de pessoas de todos os gêneros, credos, sotaques e, sim, ideologias políticas. Unidos para celebrar a primeira turnê de “Arnaldo, Carlinhos e Zé (Marisa Monte)”.
Neste sábado (1º/9), os brasilienses vão ter a primeira oportunidade de ver os três cantores no mesmo palco, em um passeio pela história da parceria entre os compositores, datada de muito antes da fundação oficial da tribo. O show acontece no Estádio Mané Garrincha (Eixo Monumental), às 21h, mas para os fãs que quiserem garantir os melhores lugares, os portões serão abertos a partir das 18h.
Em entrevista ao Metrópoles, Arnaldo, Carlinhos e Marisa falam sobre o encontro musical e o atual cenário polarizado do país: “Somos um só”, ressalta Brown. Em sua formação, por si só — um paulista, uma carioca e um baiano — os tribalistas representam a mestiçagem e o sincretismo brasileiros. “A gente é fruto desse país miscigenado. Só a nossa existência já é uma exaltação à diversidade”, afirma Marisa.
Para Brown, a nação tupiniquim foi escolhida para ser o “último Monte Olimpo”, onde deuses gregos, cristãos e orixás se encontram e a espiritualidade deve se materializar pelo respeito. “Não há melhor espelho que o outro”, considera o percussionista.
O poeta Arnaldo Antunes sente-se honrado por exercer, de certa maneira, esse papel de unificação. “É momento de conciliar. O nosso show é um gesto político, sem ser partidário. A política da humanidade, de cantar junto”, acredita. “Temos uma gratidão enorme em saber que conseguimos fazer o diálogo fluir. Tanto a nossa troca no palco quanto o nosso diálogo com o público e o que recebemos de volta”, completa Marisa.
Tribalistas: "Só a nossa existência já é uma exaltação à diversidade"

Tribalistas: "Só a nossa existência já é uma exaltação à diversidade"
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Carlinhos, Marisa e Arnaldo, em 2002, durante o lançamento dos Tribalistas Divulgação

Apesar do sucesso do disco já à época, esta é a primeira turnê do grupo Grammy/Divulgação

Um dos motivos foi a gravidez de Marisa. Mas os projetos solos de cada um também foi decisivo para adiar a primeira tour Daniel Mattar/Divulgação
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Mas todos acreditam que há um momento para tudo, e os shows vieram na hora certa Divulgação

A média de público em todas as cidades é de 40 mil pessoas Leo Aversa/Divulgação

Depois de Brasília, eles seguem para os primeiros shows internacionais Leo Aversa/Divulgação
25 anos de história
Pelo menos 10 anos antes de lançarem o primeiro álbum juntos, em 2002, a relação de amizade e química criativa entre os três artistas já era evidente. No show, os músicos presenteiam os fãs com alguns sucessos dessa fase pré-tribal: Beija Eu, primeira parceria entre Marisa e Arnaldo; e Segue o Seco, primeira composição de Brown gravada pela cantora. “Antes de sermos um trio, éramos três duplas”, conta a carioca.
Se os Tribalistas repetirem o setlist da apresentação realizada no Allianz Parque, em São Paulo —acompanhada com exclusividade pelo Metrópoles — a plateia poderá entoar, ainda, os hits como Amor I Love You, Depois, Universo ao Meu Redor, Infinito Particular, Não é Fácil e Água Também É Mar. Todas resultado da frutífera junção das estrelas. “O público esperou 15 anos por essa turnê. Nós esperamos 25 anos. Esse momento, antes de tudo, também é uma celebração para nós”, salienta Marisa.

O Metrópoles foi o único veículo de Brasília a viajar até São Paulo, e conferir, de perto, a comoção das 45 mil fãs, que lotaram a arena do Estádio Allianz Parque, no último dia 18 de agosto
O show mescla baladas românticas dos dois discos como Aliança, Velha Infância e Fora da Memória. Com uma banda luxuosa formada por nomes como Dadi Carvalho – um dos fundadores dos Novos Baianos, ao lado de Baby do Brasil, Moraes Moreira, Paulinho Boca de Cantor, Pepeu Gomes e Luiz Galvão –, Pretinho da Serrinha e Pedro Baby, Os Tribalistas colocam o público para dançar ao som de Já Sei Namorar, Passe em Casa e Tribalistas.
Mas são as letras que fazem referência à mensagens atuais sobre a situação mundial — Diáspora e Um Só —, cujo os refrões são entoados em um uníssono espiritual.
O cenário promete um espetáculo à parte. Ao fundo, telões gigantes reproduzem imagens gravadas dos cantores, materiais de acervo e transmissões ao vivo do palco e dos espectadores foram especialmente distribuídos em cada música.
Tudo feito com material inédito, coletado pelo diretor de arte Batman Zavareze, durante um ano no qual acompanhou os ensaios da trindade musical. “Nós sonhamos muito com esse momento. E pensamos em cada detalhe, desde as músicas, mas também a parte visual. Queremos que as pessoas sintam essa experiência”, conclui Marisa.
Tribalistas: Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown e Marisa Monte
Neste sábado (1º/9), no Estádio Nacional Mané Garrincha (Eixo Monumental). Abertura dos portões: 18h. Show: a partir das 21h. Ingressos variam entre R$ 150 e R$ 250. Valores referentes à meia-entrada e sujeitos a alterações sem aviso prévio. À venda pelo site www.myticket.com.br. Não recomendado para menores de 16 anos
Fonte: Metropoles
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