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MÚSICA

Soprano paraense com destaque internacional faz homenagem à diva da ópera

Há exatos 41 anos, a voz da soprano Maria Anna Sofia Cecília Kalogeropoulos, mais conhecida como Maria Callas, se calava para sempre. Mas sua vida, importância para o cenário musical e seu exemplo de superação, serão mostrados na homenagem que a cantora p

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Há exatos 41 anos, a voz da soprano Maria Anna Sofia Cecília Kalogeropoulos, mais conhecida como Maria Callas, se calava para sempre. Mas sua vida, importância para o cenário musical e seu exemplo de superação, serão mostrados na homenagem que a cantora paraense Carmen Monarcha fará no espetáculo “Carmem Monarcha canta Callas”, hoje e amanhã, no Teatro do Sesi, sempre às 20h.

Nascida em Nova York, mas com ascendência grega, Maria Callas foi considerada a maior celebridade da ópera do século 20 e a maior cantora de todos os tempos. Os críticos elogiavam sua técnica bel canto, sua voz de grande alcance e suas interpretações de profunda análise psicológica, características que levaram a ser saudada como “La Divina”.

A soprano tinha sua trajetória marcada por dramas, uma mãe que explorava seu talento, foi escrava da própria fama e sofreu quando o armador grego e amor de sua vida Aristóteles Onassis a trocou por Jacqueline Kennedy. A vida particular da cantora carregava a mesma dramaticidade que ela interpretava nos palcos.
O show promete ser uma noite de emoção, num misto de espetáculo e concerto, onde Carmen Monarcha divide com o público toda a sua admiração por Callas, de quem é fã, num repertório que passa por Giacomo Puccini, Charles Gounod, Gioachino Rossini, Vincenzo Bellini e Giuseppe Verdi.

Carmen, que também é soprano e de personalidade artística marcante, com reconhecimento do grande público e da mídia internacional, há 15 anos atua como a principal solista brasileira da André Rieu & Johann Strauss Orquestra. Durante sua carreira ganhou vários prêmios, dentre eles o primeiro lugar no Concurso Bidu Sayão. Com participação ativa nas temporadas e festivais de ópera no Brasil e América do Sul, ela conversou com o Você sobre o espetáculo, que tem concepção e direção dela, traz no piano Daniel Gonçalves, projeção e legendas de MDI e Luciano Teixeira, Visagismo de Hugo Daniel, figurino de Luigi Sacchettin e produção executiva de Octavio Oliveira.

Por que homenagear Maria Callas?
[Essa homenagem] nasceu da influência que ela teve na minha vida e na minha carreira desde muito cedo. Minha mãe, Marina Monarcha, paraense, professora de canto de nome marcado na história da cultura do Pará, sempre me mostrou gravações dela quando eu era criança. Primeiro musicalmente, me chamava a atenção a intensidade daquela intérprete, e depois quando eu cresci mais e passei a ver vídeos, me chamou muito atenção a entrega que ela tinha, a parte cênica da ópera, a parte cênica do trabalho dela. Então, sempre foi uma referência para mim, totalmente me identifico com a aura da Maria Callas. Agora, quando o mundo inteiro está voltando as atenções para tributos e homenagens, tem peças de teatros e shows com hologramas, falei: acho que é a hora de eu dar a o meu toque pessoal a um tributo a ela.

Como encaras esse desafio, já que ela foi considerada a diva da ópera e com uma trajetória pessoal marcada por dramas?
É um desafio completo. A diferença do meu espetáculo para os outros é de ser um tributo em homenagem a ela. Eu não sou ela. O que faço é um espetáculo músico-teatral onde interpreto treze sucessos da carreira dela, treze árias de ópera que se destacaram bastante no repertório dela, faço a minha versão. Porém, há todo um trabalho com visagista para que eu fique com uma aparência que relembre a Callas. Então eu tenho a peruca, as roupas que lembram algumas apresentações que ela fez, alguns personagens que ela representou. Há uma aura da Callas no espetáculo, eu estudei um pouco os gestuais, as frases melódicas e a musicalidade dela. Tento me inspirar também na forma como ela interpretava certas músicas e faço projeções da vida dela desde a infância até as últimas imagens que a gente tem dela. E vou fazendo umas pontuações biográficas, relacionadas sempre do ponto de vista do cantor, no caso eu, qual a imagem que a gente tem dela e o que ela deixou transparecer também de sua personalidade através dos seus personagens. Então, a grande pergunta que fica no ar é: o quanto que a gente enxergou da Maria, da mulher Maria dentro do mito Maria Callas. O quanto da fragilidade, da personalidade, dos sonhos dela a gente enxerga através de suas interpretações e das suas entregas aos personagens?.

E o repertório?
O repertório é conhecidíssimo, tem árias de Puccini, tem uma de Gounod, ela cantava muito Puccini, tem Rossini, Bellini, Verdi. Então, vai de ‘Um Bel Di Vedremo’, que é da ópera “Madame Butterfly”, tem da ópera “Tosca”, “Norma”, que são os grandes personagens que fizeram muito sucesso na voz dela. Callas tinha os queridinhos dela, os dois personagens que mais se identificava, Norma, da ópera “Norma”, e Violeta, de “La Traviata”. Tento fazer uma leitura por que que ela se identificava com elas de acordo com a vida dela.

“La Divina” Maria Callas teve presença insuperável no palco e uma história de vida forte (Foto: Divulgação)

Como é para você trazer aos palcos essa homenagem a Callas?
É no mínimo desafiador e eu levo essa homenagem ao palco com muita humildade. Inclusive digo que um cantor ou uma cantora precisa ser muito louca ou muito fã ou um pouco dos dois para subir ao palco e mencionar o nome de Maria Callas. Mas faço isso com toda humildade e com o intuito, inclusive, de levar ao público que não a conheça tanto, um pouco da sua vida, um pouco do que foi, quão importante foi no cenário musical e também como exemplo de superação.
A história dela é um exemplo de superação tanto como um ser humano e como mulher, numa época em que as coisas eram mais restritas para as mulheres. Ela teve o apogeu na década de 1950, veja, ela se divorciou, ficou num relacionamento estável com um homem e não casou, foi morar junto com ele. Era muito respeitada, o cachê dela era maior que o das outras cantoras e homens. Ela conseguiu se impor no mercado de trabalho e na sociedade tendo uma mentalidade vanguardista. Acho importantíssimo de destacar e é um dos grandes desafios do espetáculo também.

O espetáculo estreou em São Paulo no último dia 20. Como foi a receptividade por lá?
O público foi muito receptivo. O Teatro Itália estava lotado. O público perguntou logo quando eu trago para São Paulo de novo, então tenho planos de trazer, sim, mais uma vez, esse espetáculo, e ficar em temporada mais alguns dias ano que vem. E eu fiquei muito feliz em ver que o público se identificou com o espetáculo e se surpreendeu com esse novo formato também, de um espetáculo músico-teatral e de ter também uma narração. Não ser só um recital comum.

E como é para você trazer esse espetáculo para a sua terra natal?
Apresentá-lo em Belém é fantástico e imprescindível. Belém é um público que gosta do canto lírico. A minha mãe Marina Monarcha, lá atrás, quando eu tinha 11 ou 10 anos, ela começou a fazer uns espetáculos que foram a origem, a sementinha dos festivais de ópera do Theatro da Paz. Ela fazia as grandes noites do canto lírico e eu nunca vi esse Theatro da Paz tão cheio. As pessoas compareciam em massa até o Paraíso [último andar do teatro]. É importantíssimo manter viva essa tradição em Belém e, claro, sempre tento levar os meus espetáculos para aí. Sempre”.

(Aline Rodrigues/Diário do Pará)

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