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SINGELO PATRIMÔNIO DA MEMÓRIA

Balcões e prateleiras guardam pistas do que a cidade foi

Descubra a importância histórica e cultural das mercearias em Belém e os esforços para preservar esses espaços únicos que moldaram a identidade da cidade.

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Imagem ilustrativa da notícia Balcões e prateleiras guardam pistas do que a cidade foi camera Mercearias em funcionamento em Belém | Fotos: Brenda Hayashi e Emerson Coes/DOL

O dinheiro gerado pela comercialização da borracha teve um papel fundamental na reestruturação urbana de Belém. Especialmente a partir de 1897, quando intendente Antônio Lemos (1843-1913) assumiu como governante da cidade, ocorreu uma renovação estética na capital paraense, cujos vestígios arquitetônicos e urbanísticos são caraterístico do que se convenciona chamar de belle époque paraense.

Segundo o professor e historiador, Antônio Ferreira, a chegada dos portugueses e europeus trouxe consigo linguagens peculiares, principalmente a instalação das primeiras mercearias na Cidade Velha. “Inclusive até hoje existe, ali no Porto do sal, chamada Casa Castelinho. Ela mudou um pouco a sua origem, mas ainda existe”, disse.

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Até hoje, é possível encontrar muitos casarões antigos no centro da cidade, como o conjunto arquitetônico da Cidade Velha e da Campina, bairros que abrigan cerca de 2.800 edificações protegidas.

No entanto, a quantidade exata de mercearias na época não é conhecida. Segundo o professor e historiador, Márcio Neco, é difícil determinar o número exato desses estabelecimentos, que eram conhecidos como "tabernas, quitandas e bodegas". Apesar disso, é certo que ainda existem mercearias em vários bairros e centros da cidade, resistindo ao tempo, ao progresso e às pressões da concorrência de grandes redes de supermercados.

O professor e historiador, Márcio Neco
📷 O professor e historiador, Márcio Neco |Foto: arquivo pessoal

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Ao longo dos anos, as mercearias foram perdendo sua identidade, principalmente com a chegada dos supermercados e grandes armazéns. Os antigos donos faleceram e não passaram a herança para seus descendentes, o que contribuiu para a perda dessa importante história de Belém.

Antônio Ferreira, Historiador
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O professor e historiador, Antônio Ferreira
📷 O professor e historiador, Antônio Ferreira |Foto: arquivo pessoal

Ferreira afirma ainda que, no interior do Pará, as mercearias ainda são comuns, ao contrário da capital. “É possível encontrar muitas mercearias no Marajó e na região do Baixo Tocantins, por exemplo. No entanto, é importante preservar a memória desses estabelecimentos não apenas em Belém, mas em todas as grandes capitais, que estão perdendo a identidade devido à da tecnologia e à globalização.”

Tesouros da memória

A preservação da memória é fundamental para que as futuras gerações não esqueçam parte da história com mercearias. Elas foram por muito tempo os principais estabelecimentos comerciais das cidades, vilas e aldeias, sendo as relações entre freques e proprietários, a variedade de produtos vendidos, a arquitetura de seus prédios, o desenho e mobiliário dos seus interiores também marca únicas de um período histórico.


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Atualmente, preservar essa memória é trabalhar para manter viva a história da cidade, que é marcada pelas balanças, baleiros, sacas, papel de embrulho e barbantes. Portanto, é essencial valorizar e preservar a importância das mercearias como parte da história e identidade cultural de Belém e de outras cidades.

Márcio Neco., Historiador
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Interior da Casa Castelinho, fundada em 1945, a mercearia em funcionamento mais antiga de Belém
📷 Interior da Casa Castelinho, fundada em 1945, a mercearia em funcionamento mais antiga de Belém |(Foto: Brenda Hayashi)

Equipe Dol Especiais:

  • Reportagem: Brenda Hayashi
  • Fotos: Emerson Coe
  • Coordenação e edição: Anderson Araújo
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