![Mercearias em funcionamento em Belém Imagem ilustrativa da notícia Balcões e prateleiras guardam pistas do que a cidade foi](https://cdn.dol.com.br/img/Artigo-Destaque/860000/640x360/Design-sem-nome---2024-07-19T101243140_00868280_0_-3.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol.com.br%2Fimg%2FArtigo-Destaque%2F860000%2FDesign-sem-nome---2024-07-19T101243140_00868280_0_.jpg%3Fxid%3D2898971&xid=2898971)
O dinheiro gerado pela comercialização da borracha teve um papel fundamental na reestruturação urbana de Belém. Especialmente a partir de 1897, quando intendente Antônio Lemos (1843-1913) assumiu como governante da cidade, ocorreu uma renovação estética na capital paraense, cujos vestígios arquitetônicos e urbanísticos são caraterístico do que se convenciona chamar de belle époque paraense.
Segundo o professor e historiador, Antônio Ferreira, a chegada dos portugueses e europeus trouxe consigo linguagens peculiares, principalmente a instalação das primeiras mercearias na Cidade Velha. “Inclusive até hoje existe, ali no Porto do sal, chamada Casa Castelinho. Ela mudou um pouco a sua origem, mas ainda existe”, disse.
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Até hoje, é possível encontrar muitos casarões antigos no centro da cidade, como o conjunto arquitetônico da Cidade Velha e da Campina, bairros que abrigan cerca de 2.800 edificações protegidas.
No entanto, a quantidade exata de mercearias na época não é conhecida. Segundo o professor e historiador, Márcio Neco, é difícil determinar o número exato desses estabelecimentos, que eram conhecidos como "tabernas, quitandas e bodegas". Apesar disso, é certo que ainda existem mercearias em vários bairros e centros da cidade, resistindo ao tempo, ao progresso e às pressões da concorrência de grandes redes de supermercados.
![O professor e historiador, Márcio Neco](https://cdn.dol.com.br/img/inline/860000/767x0/Design-sem-nome---2024-07-19T111115392_00868280_1_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol.com.br%2Fimg%2Finline%2F860000%2FDesign-sem-nome---2024-07-19T111115392_00868280_1_.jpg%3Fxid%3D2898973%26resize%3D380%252C200%26t%3D1721652984&xid=2898973)
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Ao longo dos anos, as mercearias foram perdendo sua identidade, principalmente com a chegada dos supermercados e grandes armazéns. Os antigos donos faleceram e não passaram a herança para seus descendentes, o que contribuiu para a perda dessa importante história de Belém.
Antônio Ferreira, Historiador![O professor e historiador, Antônio Ferreira](https://cdn.dol.com.br/img/inline/860000/767x0/Design-sem-nome---2024-07-19T111157487_00868280_0_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol.com.br%2Fimg%2Finline%2F860000%2FDesign-sem-nome---2024-07-19T111157487_00868280_0_.jpg%3Fxid%3D2898974%26resize%3D380%252C200%26t%3D1721652984&xid=2898974)
Ferreira afirma ainda que, no interior do Pará, as mercearias ainda são comuns, ao contrário da capital. “É possível encontrar muitas mercearias no Marajó e na região do Baixo Tocantins, por exemplo. No entanto, é importante preservar a memória desses estabelecimentos não apenas em Belém, mas em todas as grandes capitais, que estão perdendo a identidade devido à da tecnologia e à globalização.”
Tesouros da memória
A preservação da memória é fundamental para que as futuras gerações não esqueçam parte da história com mercearias. Elas foram por muito tempo os principais estabelecimentos comerciais das cidades, vilas e aldeias, sendo as relações entre freques e proprietários, a variedade de produtos vendidos, a arquitetura de seus prédios, o desenho e mobiliário dos seus interiores também marca únicas de um período histórico.
Atualmente, preservar essa memória é trabalhar para manter viva a história da cidade, que é marcada pelas balanças, baleiros, sacas, papel de embrulho e barbantes. Portanto, é essencial valorizar e preservar a importância das mercearias como parte da história e identidade cultural de Belém e de outras cidades.
Márcio Neco., Historiador![Interior da Casa Castelinho, fundada em 1945, a mercearia em funcionamento mais antiga de Belém](https://cdn.dol.com.br/img/inline/860000/767x0/Design-sem-nome---2024-07-19T121129385_00868280_2_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol.com.br%2Fimg%2Finline%2F860000%2FDesign-sem-nome---2024-07-19T121129385_00868280_2_.jpg%3Fxid%3D2898975%26resize%3D380%252C200%26t%3D1721652984&xid=2898975)
Equipe Dol Especiais:
- Reportagem: Brenda Hayashi
- Fotos: Emerson Coe
- Coordenação e edição: Anderson Araújo
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