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Resistência drag está na raiz da luta por direitos LGBTQIA+

Explore como a arte drag se tornou uma ferramenta de resistência e acolhimento na luta pelos direitos LGBTQIA+ desde Stonewall até os dias atuais.

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Imagem ilustrativa da notícia Resistência drag está na raiz da luta por direitos LGBTQIA+ camera Emanuele Corrêa, a Ellen Moon D'aerc, é drag e pesquisadora. | (Cristiano Martins)

28 de junho de 1969, Estados Unidos, na cidade de Nova York, no bairro de Greenwich Village. Neste dia, no bar Stonewall Inn, uma batida policial levou à revolta da população LGBTQIA+ local, o que, por fim, garantiu o avanço dos direitos civis de pessoas LGBTQIA+.

Os principais soldados desta luta? Pessoas trans, homens gays afeminados, mulheres lésbicas masculinas e drag queens e kings. Pessoas que viviam às margens da sociedade e sabiam que não teriam nenhum de seus direitos garantidos se tentassem, no dia a dia, ser quem realmente eram e fazer sua arte.

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“A polícia prendia, principalmente, pessoas Trans, Drag queens e Drag Kings acusadas de travestismo, em bares LGBTIQIA+. Quando a Revolta estourou, foi principalmente pela resistência dessas figuras tão emblemáticas. Ali, tudo estava sendo negado. O direito de ser, amar, existir e de fazer arte. A arte com propósito assusta”, explicou a jornalista e artista Emanuele Corrêa, que também é a drag Ellen Moon D’arc.

Resistência drag está na raiz da luta por direitos LGBTQIA+
📷 |(Sidney Oliveira)

Ela explicou que esse momento foi essencial para dar “gás” a movimentos por direitos em outros países, inclusive latinoamericanos, e que esse movimento sempre esteve vinculado à arte drag. “Os ativistas Queers, eram pessoas gays, trans, lésbicas, etc mas muitos também tinha a sua vertente artística no Drag. Um exemplo que eu dou, é do próprio criador da 1ª bandeira do Orgulho LGBT, o artista norte-americano Gilbert Baker, um gay e drag queen”.

Acolhimento

Para além da luta, a arte drag também é parte de um movimento de acolhimento com as “Haus”, que são as “casas” drags. Esses movimentos buscam acolher e aproximar outras drags e pessoas LGBTQIA+ num geral que, em muitas situações, sofrem com o preconceito dentro de casa e dos próprios familiares.

“A arte nos une e as artistas se unem em laços de afeto. Então, fazem sua arte enquanto família, acolhem-se muitas vezes dividindo a mesma casa, espaço físico, dividindo as contas ou a mesma família Drag, dividindo sobrenomes, estéticas e conquistas, como vemos nas Haus NoiteSuja, Carão, Lafon, Hibrida, Ver-a-Queen e muitas e muitas que existem na Amazônia”, contou Emanuele.

As Haus são formadas a partir de construções de afeto, em especial quando uma drag “mãe” adota uma nova “filha”, que aprende técnicas para se montar, de maquiagem e de looks com a nova família.

Resistência drag está na raiz da luta por direitos LGBTQIA+
📷 |(Ana Paula Gomes)

E no Pará?

No Pará, o principal movimento de arte drag é o movimento Themônias, que há mais de 10 anos faz performances e manifestações políticas por meio da arte drag, e que Ellen Moon D’arc é parte. “Todas nós estamos em constante atuação por visibilidade LGBTQIAPN+, luta por direitos e nossa maior forma de comunicar é pela arte que fazemos”.

As Themônias possuem diversas profissões e áreas de atuação, além de não se limitarem apenas ao binário da Queen ou King. São bruxas, sereias, criaturas, animais, e até mesmo lixo. O limite da estética é, além da criatividade, a mensagem que a performer busca passar.

Emanuele também explicou que, apesar do que era a norma há algum tempo, não é mais necessário ser homem para performar como drag queen, e muito menos mulher para se montar como drag king. Segundo ela, a arte drag busca, acima de tudo, subverter as lógicas de binaridade de gênero. E, para além disso, ser uma Themônia é estar inserida artisticamente na vivência da Região Amazônica. “Ser Drag Themônia é estar inserida num fazer artístico Amazônida, produzida no norte do país, com traços da cultura regional, seja nas músicas a serem performadas/dubladas, seja nas maquiagens, nos tecidos e nas narrativas construídas. Como dizemos, é uma retroalimentação”.


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Todo mundo que se descobre artista e quiser se montar pode e deve e é bem acolhido, acolhida por nós! E (para) ser Themônia você não precisa se montar. É ler nosso manifesto e se identificar, mas, se queres se montar, aí é estar em Drag Themônia

Ellen Moon D’arc,
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