O atacante Vinícius Junior foi, mais uma vez, vítima de racismo em um jogo do Campeonato Espanhol. Durante a partida contra o Valência, neste domingo (21), o jogador do Real Madrid sofreu diversos insultos racistas por parte de torcedores do time rival.
O brasileiro reclamou com os torcedores e uma confusão se afirmou em campo. Vini chegou a receber um mata-leão de um dos jogadores e acabou expulso de campo.
Esta, infelizmente, não é a primeira vez que Vini é vítima de racismo na Espanha.
O primeiro caso ocorreu em 2021, em um clássico contra o Barcelona. Na ocasião, o brasileiro também foi insultado por torcedores no Camp Nou. Em março de 2022 a torcida do Mallorca também foram racistas com Vinícius Jr. A TV local flagrou que alguns pediam para que o atacante "pegar bananas", claramente uma referência preconceituosa.
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Em fevereiro deste ano, torcedores do Atlético de Madrid penduraram um boneco enforcado em uma ponte de Madri. Além disso, fora do estádio, por diversas vezes, a torcida chamou o brasileiro de “macaco”.
Outros casos de discriminação racial na Espanha
Além desse episódio que coloca Vinícius Junior no alvo dos racistas espanjóis, há outros casos de discriminação, agressões verbais e outras atitudes racistas contra o jogador, mostrando que não se trata de um ato isolado no país europeu.
Por exemplo, a empresa Lacasa, que é dona da marca de chocolates Conguitos, tem como mascote um personagem com a cor da pele escura, associada ao chocolate, e antes, possuía os lábios vermelhos e grandes. Segundo a companhia, o nome e a imagem da marca, criados em 1961, foram inspirados na independência do Congo Belga e não tinham conotação preconceituosa, mas, reconheceram que, se fosse hoje em dia, a identidade visual não seria aprovada.
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Apesar disso, diversas pessoas já pediram que a marca repense a identidade visual do produto. Muitos críticos argumentam que o mascote reafirmava os estereótipos contra a população negra.
Em 2019, Bernardo Silva, do Manchester City, foi duramente criticado e acusado de racismo após comparar Benjamin Mendy com a marca espanhola de chocolates.
Em uma publicação no Twitter, o jogador colocou uma foto de Mendy criança e outra do mascote. Na legenda, o atleta escreveu “Guess who?” (Adivinha quem é?”, em tradução livre). Após a repercussão negativa, Bernardo Silva não se desculpou, apagou o post e disse: “não pode mais nem fazer piada com um amigo hoje”.
Hoje, a marca de chocolate fez algumas modificações no personagem e retirou os lábios vermelhos do mascote, mas, manteve as outras características e o produto é muito comercializado no país.
O brasileiro Ronaldo Fenômeno também já foi vítima de racismo em um jogo do Real Madrid contra o Málaga, em 2005. Torcedores rivais dispararam ofensas racistas contra o jogador, que reagiu atirando uma garrafa de água na torcida.
Fora do futebol, em 2008, o heptacampeão mundial de Fórmula 1, Lewis Hamilton, foi vítima de racismo no país, quando disputava o GP de Barcelona. Na ocasião, torcedores pintaram os rostos de preto e usavam perucas para insultar o inglês e a família do piloto. Ninguém foi punido.
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