A história de Aliou Cissé e dos Leões de Teranga, o apelido da seleção de Senegal, se confunde. Ele é o técnico responsável por levar o time às oitavas de final da Copa do Mundo pela segunda vez em sua história. Na primeira, em 2002, estava em campo e chegou às quartas, perdendo para a Turquia por 1 a 0.
Neste ano, foi campeão da Copa Africana de Nações, o primeiro título da história do país. O craque do time, Sadio Mané, desperdiçou uma cobrança no tempo normal, mas converteu a sua e se tornou herói.
Enquanto jogador, Cissé bateu na trave do título, ao perder o último pênalti da disputa contra Camarões. Não que a história à beira do campo tenha sido mais fácil do que dentro dele. Às vésperas da estreia no Qatar, ele teve de reinventar o time, já que Mané, craque e espírito da seleção senegalesa, sofreu uma lesão e ficou fora do torneio.
Ainda assim, os senegaleses, não perderam o ânimo. Surgiram novos heróis, personificados em Ismaïla Sarr e Kalidou Koulibaly nesta terça-feira (29), garantindo a vaga às oitavas de final da Copa do Mundo em cima do Equador, que precisava somente de um empate para avançar.
A perseverança dos Leões de Teranga superou as expectativas e lhes deu o gol da vitória dois minutos depois do empate equatoriano, numa sobra de bola perfeita.
"Dedico esta vitória a Pape Bouba Diop e Bruno Metsu. Mas também a um homem que fez muito pelo país, mas que infelizmente não está aqui: Sadio Mané", disse Cissé na coletiva após a partida.
Há exatamente dois anos, Senegal perdeu um ídolo do esporte. Papa Diop faleceu aos 42 anos em decorrência de uma doença degenerativa. Ele foi homenageado pelos jogadores durante a partida, que estenderam faixas –uma delas dizia que "um verdadeiro Leão nunca morre", em alusão ao apelido da seleção.
Diop foi o autor do gol na vitória contra a França em 2002. Foi um jogo para além do futebol, já que os franceses colonizaram Senegal durante mais de um século (entre 1817 e 1960). O grito, entalado na garganta, personificou-se em gol.
Metsu, por outro lado, foi o técnico que Cissé agora se torna –aquele que traz o país novamente à relevância, aos triunfos, num esporte competitivo como o futebol. O francês comandou a seleção de 2000 a 2002, e morreu em 2013.
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