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O QUE HÁ, PAPÃO?

Um dia você está no Paysandu, no outro no G4 da Série B

Polêmicas nos bastidores e sucesso profissional em outros clubes, Hélio dos Anjos, Matheus Costa e Marcelo Chamusca já tiveram com as cores do Papão e hoje mostram boas campanhas em outros ares.

Imagem ilustrativa da notícia Um dia você está no Paysandu, no outro no G4 da Série B camera Hélio saiu do Papão após desentendimento com Ricardo Gluck Paul, antigo presidente. | (Foto: Jorge Luiz)

A chegada de um novo técnico sempre vem recheada de interrogações. Geralmente eles chegam em um momento que o clube não está bem e a diretoria faz a aposta para que o novo comandante dê rumos à equipe. Com o Paysandu não é diferente, vivendo um "entra técnico, sai técnico", seja por maus resultados ou por brigas internas com a cúpula Alviceleste.

Nos últimos 10 anos, sem contar técnicos-interinos, o Papão teve 26 treinadores diferentes – alguns com mais de duas passagens ao clube – , o que dá uma média de 2,6 comandantes por temporada. Entre eles, vários nomes que deixam saudades no torcedor do Lobo, como Dado Cavalcanti, Mazola Junior, João Brigatti, o lendário Givanildo Oliveira e Hélio dos Anjos. Esse último, mais recente, certamente causa maiores sentimentos nos bicolores, por conta do trabalho que ele fez no Papão e o que vem fazendo neste início de Série B do Brasileiro com o Náutico-PE: são cinco vitórias em cinco partidas, com 15 pontos ganhos e a liderança isolada da competição.

Quer mais uma pulga atrás da orelha, torcedor? Do G-4 da Série B, três equipes contam com ex-comandantes do Paysandu. Assim como Hélio em primeiro, aparecem Matheus Costa, com o Operário-PR em segundo, e Marcelo Chamusca, com o Botafogo-RJ em quarto. Claro que a Segundona tem muita lenha para queimar, mas algo podemos concluir de tudo isso.

Por que esses treinadores servem para liderar a Segunda Divisão Nacional e no Papão não "cabem"? Talvez o investimento em uma maior estrutura e com peças melhores no elenco para se desenvolver um trabalho mais consolidado seja a resposta. Mas será só isso mesmo? Falta paciência para um trabalho de longo prazo? Será que os bastidores do clube são bons para o profissional fazer a sua função com tranquilidade?

HÉLIO DOS ANJOS:

Treinador há 26 anos, Hélio dos Anjos tem um vasto currículo no mercado brasileiro. Pelo Paysandu, o comandante acumula duas passagens, uma em 2002 e as mais recentes em 2019 e 2020. No primeiro ano após seu retorno, chegando no dia 31 de maio, ele comandou o Lobo em 22 jogos, somando Copa Verde e Série C do Brasileiro, vencendo seis, empatando 15 e sendo derrotado em apenas um. Os bicolores perderam o acesso à Segundona após um grave erro de arbitragem contra o atual clube do treinador, o Náutico. Uma fatalidade.

O trabalho foi digno de aplausos e a diretoria renovou o contrato de Hélio por mais uma temporada. Dessa vez, o técnico de 63 anos começaria o trabalho do zero, montando seu elenco. Até então, a temporada 2020 contou com 22 partidas, com 13 vitórias, quatro empates e cinco derrotas. O título do Parazão veio e nenhuma derrota para o maior rival, Clube do Remo, nessa trajetória, sendo cinco vitórias e três empates.

Sim, o torcedor do Paysandu tinha um líder no vestiário. No entanto, tinha também um executivo de futebol chamado Felipe Albuquerque, hoje na segunda divisão catarinense, nos bastidores. O diretor era considerado "braço direito" do antigo presidente, Ricardo Gluck Paul, e tinha forte influência no Lobo. Curiosamente, Hélio pediu demissão do cargo três dias após uma goleada por 6 a 1 sobre o Imperatriz, na Série C 2020.

"Para mim os motivos são piores do que isso (falta de confiança). Realmente, confiança zero no executivo (Felipe Albuquerque) e agora menos ainda no presidente (Ricardo Gluck Paul)", disse o treinador à época.

Segundo informações de bastidores à época, Hélio se desentendeu com Felipe Albuquerque.
📷 Segundo informações de bastidores à época, Hélio se desentendeu com Felipe Albuquerque. |(Foto: Jorge Luiz)

Apesar do treinador negar, o que se sabia, segundo informações de dentro do clube, é que tentativas de interferências dentro da equipe titular do Papão foram feitas. No entanto, o comandante nunca as permitiu. Um dos casos mais famosos da época envolveu o atacante Nicolas. Hélio reclamou de quase não poder ter a presença do artilheiro bicolor diante do Imperatriz. Em entrevista, ele enfatizou que só o escalou depois de um pedido do próprio jogador, o que evidenciou um problema com o departamento médico. Outra questão foi a cobrança por reforços em coletiva, com a presença do executivo.

"Isso não existe, nunca existiu (interferência da diretoria sobre a equipe). Já ouvi a entrevista do Hélio por completo e não sei da onde se tirou essa conclusão. É um ponto que não está em discussão, ele não falou sobre isso. O Hélio tem total autonomia, sempre teve, para escalar, convocar, substituir jogador. Todas as contratações passam pelo crivo do treinador. Não existiu um atleta que chegou para se apresentar na Curuzu sem o aval da comissão técnica", disse o antigo presidente.

Felipe Albuquerque era considerado o "braço direito" de Ricardo Gluck Paul dentro do Papão.
📷 Felipe Albuquerque era considerado o "braço direito" de Ricardo Gluck Paul dentro do Papão. |(Foto: Jorge Luiz)

Por que Ricardo Gluck Paul escolheu, então, ficar ao lado do seu executivo de futebol? A verdade é que Hélio, depois de tudo, assumiu o comando técnico do Náutico, que passava por uma crise, com uma vitória em 12 jogos, e se encontrava em 17º colocado da Série B do Brasileiro, com 20 pontos em 21 partidas, sendo cotado para o rebaixamento.

O treinador, em 17 jogos, conseguiu livrar o Timbu do rebaixamento, conquistando seis vitórias, cinco empates e cinco derrotas. Hoje, lidera a Série B 2021, após vencer o Campeonato Pernambucano, enquanto que o torcedor do Papão vê a equipe bicolor sem padrão de jogo na Terceira Divisão, sem iniciativa, sem força administrativa e amargando o oitavo lugar da tabela de classificação da primeira fase. Custou caro, Gluck Paul?

Até hoje, a torcida bicolor não perdoou o ex-presidente e o executivo Felipe Albuquerque na polêmica saída de Hélio dos Anjos.

MATHEUS COSTA:

Curitibano de 34 anos, Matheus Costa chegou para substituir Hélio dos Anjos. No entanto, foram apenas quatro jogos, com duas derrotas e dois empates, até ser demitido. Não deixou saudades no torcedor do Papão. Mas o grande X da questão foi a entrevista dada em sua apresentação ao assumir o comando técnico do Operário-PR, logo após deixar o clube paraense.

"O Paysandu vive ano eleitoral e há grande disputa pelo controle do clube. Essa minha passagem pelo Paysandu, de 25 dias aproximadamente, teve o ambiente muito conturbado. Um ambiente político conturbado, um ambiente financeiro com grandes dificuldades. Isso acabou refletindo nos resultados. As vezes as coisas independem do treinador, é muito mais complexo do que se imagina e do que é passado para fora do clube", afirmou o treinador.

Matheus Costa teve uma apagada passagem pelo Papão e não deixou saudades, no entanto, lançou uma polêmica entrevista após deixar o Lobo.
📷 Matheus Costa teve uma apagada passagem pelo Papão e não deixou saudades, no entanto, lançou uma polêmica entrevista após deixar o Lobo. |(Foto: Jorge Luiz)

No clube paranaense já são 42 jogos e 22 vitórias, somando a reta final de 2020 e esse primeiro semestre de 2021. Na Segunda Divisão Nacional são 10 pontos de 15 disputados, com três vitórias, um empate e uma derrota. O próximo desafio do Fantasma será contra a Ponte Preta, no Moisés Lucarelli, às 19h.

Veja o que disse Matheus Costa em sua chegada ao Operário-PR:

MARCELO CHAMUSCA:

Com passagens pelo Papão em 2017, o treinador teve 56% dos pontos conquistados no comando técnico da equipe Alviceleste. Ao todo, foram 32 jogos, com 15 vitórias, 9 empates e 8 derrotas, contando Parazão, Copa Verde, Copa do Brasil e Série B do Brasileiro. Apesar dos bons números, ele convivia com críticas.

"Estamos classificados à próxima fase (da Copa Verde), líderes do nosso grupo (no Parazão), com 70% de aproveitamento dos pontos disputados. O comportamento de uma parte da torcida vai de encontro com isso tudo. Parece uma coisa meio orquestrada", disse em entrevista coletiva após vitória sobre o Galvez por 2 a 0 pela Copa Verde, insuniando que poderia haver uma oposição por trás de tudo isso.

Chamusca não teve sua saída conturbada igual aos outros, mas deixou no ar uma possível oposição tentanto atrapalhar seu trabalho.
📷 Chamusca não teve sua saída conturbada igual aos outros, mas deixou no ar uma possível oposição tentanto atrapalhar seu trabalho. |(Foto: Fernando Torres)

Hoje, no Botafogo-RJ, o treinador tem a missão de levar o Glorioso de volta à Série A do Brasileiro. Folgando neste meio de semana por conta do Estádio Nilto Santos receber a Copa América, o próximo compromisso dele e do Fogão está marcado somente para sábado (26), contra o Sampaio Corrêa, no Castelão, às 16h, no Maranhão.

VOLTAMOS...

Hoje, a "batata assa" nas mãos de Maurício Ettinger, elogiado por Hélio dos Anjos à época que era vice-presidente. Ele vem tentando administrar as semanas turbulentas nos bastidores do clube e as finanças. No final das contas, o torcedor bicolor é o maior prejudicado nessas idas e vindas de treinadores e bastidores, vendo o seu clube do coração se afundar cada vez mais em uma crise financeira e política, com vestiários sem controles e contratações para lá de duvidosas.

O certo é que o comando técnico agora está nas mãos de Vinícius Eutrópio, que não foi bem recebido pela Fiel, após a saída de Itamar Schülle do cargo. O próximo compromisso do clube será contra o Floresta-CE, no domingo (27), pela quinta rodada da Série C do Brasileiro, no Estádio Domingão, em Horizonte, no Ceará, às 15h30.

Enquanto dirigentes, sejam eles atuais ou da oposição, não se colocarem no seu lugar, que é o de funcionário ou futuro colaborador do Paysandu, sabendo que o clube é maior que qualquer pessoa, os torcedores não terão paz e estarão nas mãos de quem manda e desmanda dentro da entidade Alviceleste, que caminha a passos largos para entrar em uma crise cada vez maior.

Vinícius Eutrópio e Maurício Ettinger têm a missão de levar o Paysandu ao acesso à Série B 2022.
📷 Vinícius Eutrópio e Maurício Ettinger têm a missão de levar o Paysandu ao acesso à Série B 2022. |(Foto: Jorge Luís Totti/Ascom Paysandu)
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