O último dia de competições do skate nas Olimpíadas de Tóquio deu ao Brasil sua terceira medalha no esporte. Nesta quinta-feira (5), Pedro Barros conquistou a prata na modalidade park. Luiz Francisco e Pedro Quintas, que também avançaram para a final com boas chances, terminaram fora do pódio.
A estreia do skate no programa olímpico já havia dado duas medalhas de prata ao Brasil no street, com Kelvin Hoefler e Rayssa Leal.
A conquista de Barros já podia ser vislumbrada em 2016, quando o skate teve sua estreia confirmada para os Jogos de Tóquio. Aos 21 anos, ele já era um dos grandes nomes da modalidade.
É #PRATA PARA O #BRA! Pedro Barros fica em 2º lugar no primeiro pódio olímpico do Skate Park na história com a nota de 86.14! 👏👏 #Skateboarding #Tokyo2020 pic.twitter.com/xQl6D9mjJV
— Jogos Olímpicos (@JogosOlimpicos) August 5, 2021
O talento precoce levara o skatista de Florianópolis a se profissionalizar aos 13. Em 2009, surgira para o mundo com o terceiro lugar nos X-Games, evento que conquistou por seis vezes entre 2010 e 2016.
Em 2018, com a modalidade já inserida no programa olímpico, foi campeão mundial de park na China. Quando venceu em Nanjing, o multicampeão Barros vivenciou uma experiência nova na carreira.
"Foi bem legal ver a bandeira do Brasil subindo num outro país, quando eu estava fazendo algo que começou de forma muito natural na minha vida e me levou até lá, numa competição daquele nível. O skate, com certeza, é algo de que o brasileiro pode se orgulhar", ele disse ao jornal Folha de S.Paulo em 2019.
O fato de um nome influente como ele ter apoiado a entrada do esporte nas Olimpíadas ajudou a quebrar a resistência que existia por parte da comunidade do skate, que temia as possíveis consequências para as raízes de contracultura e transgressão da atividade em meio aos trâmites estabelecidos pelos Jogos.
Símbolos nacionais, como bandeira, hino e uniforme de delegação, passaram a fazer parte da realidade dos skatistas após a entrada do esporte no programa olímpico de Tóquio-2020.
O processo de adequação às normas antidoping e mesmo a questões em tese mais simples, como estabelecer uma entidade para gerenciar os campeonatos e criar um ranking internacional classificatório para as Olimpíadas, enfrentou alguns percalços.
"Se a gente estiver trabalhando unido para que o skate mantenha a sua essência, ela não vai deixar de existir. Agora, se todos os skatistas acharem que se resume a essa competição, a essência pode se perder", afirmou Pedro.
Na época, ele já afirmava que os Jogos proporcionariam uma oportunidade de extrapolar o alcance que o esporte teve no mundo até então. "Buscarei a medalha não para alavancar minha imagem, mas para ajudar o skate brasileiro. O que vai fazer a diferença é a caminhada até lá e a mensagem que estamos passando. Sinceramente, a medalha não muda quem eu sou."
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