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VELOCIDADE NA VEIA

Paraense de 10 anos compete em motos a 150 Km/hora

A pequena Alice Matos faz parte de um grupo seleto de mulheres no Brasil que se dedica à motovelocidade, esporte que exige coragem e alto investimento.

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Imagem ilustrativa da notícia Paraense de 10 anos compete em motos a 150 Km/hora camera Divulgação/ Arquivo pessoal

Enquanto muita criança coleciona motos de brinquedo, a paraense Alice, de apenas 10 anos, coleciona sonhos e se arrisca entre uma curva e outra, a 150km por hora, em cima de uma máquina. O ronco dos motores é rotina na vida da pequena sonhadora.

O sonho da piloto de motovelocidade Alice Matos iniciou aos 8 anos pelas mãos do pai, amante do esporte sobre duas rodas, que passou a levá-la para conhecer esse mundo. “Eu sempre fui apaixonado por motos, mas quando Alice tinha 4 anos eu parei, quando soubemos que minha esposa estava com câncer. Três anos depois, dela já recuperada, eu resolvi comprar uma moto e levava a Alice comigo em passeios e competições. Mas ela sempre me acompanhou em tudo, inclusive íamos para a Curuzu e Mangueirão assistir o Paysandu”, disse Fabrício Matos, pai de Alice.

A Família de Alice é composta pelo pai Fabrício Matos, 43 anos, formado em Marketing, e pela mãe Léa Farias, que é professora do ensino fundamental. Há um ano e meio, eles decidiram abrir mão da vida em Belém para investir na carreira da filha no sul do país. Atualmente, a família mora em Curitiba-PR. O pai não exerce a profissão, e ganha a vida como motorista de aplicativo para ter flexibilidade de horário e ficar mais perto e acompanhar o desenvolvimento da pequena motociclista. “Decidimos morar aqui também por ter mais estrutura para treinar e, pela logística, para ela estar mais próxima dos campeonatos”, justificou o pai.

Alice tem compromisso sobre duas rodas todo mês. Ela disputa o maior campeonato de motovelocidade das Américas e o quarto maior do mundo, o SuperBike Brasil. Na próxima semana tem agenda: a quarta etapa em Interlagos. “Em setembro, será em Goiânia, outubro, em Curitiba, novembro, Minas Gerais, e dezembro, novamente, em São Paulo. Na última corrida ela chegou a 130km por hora, Goiânia que é a reta mais longa chegou a quase 150km”, disse o pai orgulhoso do desempenho da pequena.

Antes do próximo desafio, com exclusividade ao Dol, Alice mandou seu recado.

FALTA DE APOIO

“Infelizmente, culturalmente, o Brasil não valoriza esportes tradicionais, imagine os ‘diferentes’ como a motovelocidade. É um esporte que tem um custo elevado. Agradeço a Deus hoje por todo apoio que ela tem das empresas daqui, e fico triste e decepcionado que não tenha nenhuma empresa da região norte apostando nela. A gente fica um pouco triste, por não ter tido reconhecimento como deveria na nossa terra”, disse Fabrício.

Segundo Fabrício o custo mensal em média, e ideal, para manter a pequena Alice nas competições, cursos e treinos, para gastos como o aluguel de kartódromos e o combustível da moto é de R$ 6 mil. “A gente se vira, faz rifas, vende bonés e soma com o valor dos patrocínios. Além disso tem toda uma preparação e superação; o domínio do medo, pois é um esporte de risco, pode ser que aconteça de cair da moto, quebrar um braço ou uma perna, então há todo um trabalho em cima disso, psicológico também”, acrescentou.

MULHERES NA MOTOVELOCIDADE

No Brasil, há apenas 8 mulheres que dedicam a vida à motovelocidade, mas nem todas correm nacionalmente. Quando se fala em competições pelo país, esse número cai consideravelmente, para apenas 4 competidoras. “Espero que este cenário mude no futuro. Existe treino e dedicação no motocross, onde é mais fácil encontrar mulheres, já na motovelocidade, não”, disse Fabrício.

“ Hoje ela é referência para muitas mulheres. Ela recebe muitas mensagens de pessoas, de admiração pela coragem. Ela serve de exemplo e é o xodó de muita gente que admira o esporte”, finalizou.

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