Qualquer amante de futebol sonha em ir a uma Copa do Mundo torcer pelo seu país e ver de perto os grandes craques do Planeta Bola, além de testemunhar lances históricos. Imagina ver um gol de Pelé, em 1970, ou Maradona consagrado como campeão pela Argentina, em 1986? Seria um sonho, sem dúvida. E quando esse sonho fica aqui pertinho e possível, mas o sabor da derrota chega de forma avassaladora e tragicamente inesquecível? Foi o que aconteceu em 2014, quando o Brasil sediou o evento da Fifa e recebeu torcedores de todos os continentes em uma alegria tão grande quanto à decepção que o esperava na competição.
Este talvez seja o maior trauma do futebol brasileiro dos últimos 11 anos, mas antes de contar a tragédia, vale lembrar que o país já estava imerso em um processo de polarização política, o qual também teve seus ecos no futebol. Quem não lembra do movimento “Não vai ter copa”? Muita gente questionou os investimentos milionários nas cidades-sedes brasileiras.
A reclamação era que, muito mais do que futebol, a população precisava de recursos para resolver problemas urgentes. De educação, saúde, segurança e outros. Sob protesto e polêmica, o evento foi realizado e logo o país voltou a se contaminar pela euforia do futebol, deixando a realidade dura da política para outro momento.
No Pará, a expectativa de que Belém fosse uma das sedes era imensa. Com o Mangueirão pronto e um histórico de devoção da torcida ao futebol sempre lotando as partidas, a esperança de ter jogos da copa na capital paraense pairava na cabeça de todos.
O anúncio tão esperado foi feito no dia 31 de maio de 2009. Eram 17 cidades candidatas para 12 vagas e Belém ficou de fora, sendo Manaus, no Amazonas, a escolhida do Norte. A festa organizada na capital paraense deu lugar à tristeza.
Em 2014, quando o evento iniciou, a empolgação era grande. Quem estava à frente do time era o técnico Felipe Scolari, o Felipão, que tinha a responsabilidade de trazer o caneco dentro de casa com um elenco cheio de estrelas. Entre elas, os atacantes Neymar e Fred, o zagueiros David Luiz e Thiago Silva (capitão) e o goleiro Júlio César.
Favoritismo e o peso da torcida
Favorito e dono da casa, o Brasil só poderia se dar bem. Certo? Não, errado. A história mostrou que favoritismo e a apaixonada torcida brasileira não definem nada. O Brasil passou sem convencer por Camarões, México, Chile e Colômbia e, assim, chegou à semifinal da competição para encarar seu algoz, a massacrante Alemanha.
Era 8 de julho, quando o esquadrão verde e amarelo outro em campo para enfrentar os germânicos liderados pelo técnico Joachim Low. Era esperado um jogo equilibrado, mas que se tornou um trauma nacional ao vivo, com o inacreditável placar de 7 gols para os alemães contra apenas um feito pelo Brasil pelos pés de Oscar, aos 44 minutos do segundo tempo. A seleção canarinho era eliminada e a imagem dos jogadores aos prantos diante da humilhação se mantém na memória dos torcedores até hoje como sinal de humilhação e de uma geração que ficou marcada pela falta de reação diante de um massacre em campo.
Era o maior vexame da história do futebol brasileiro, superando o triste episódio do Maracazo, quando o Brasil perdeu a final para o Uruguai por 2 a 1. A frase “gol da Alemanha” na voz do narrador Galvão Buenos ainda assombra os torcedores até hoje e nomes como Muller, Klose, Kroos e Khedira ainda trazem uma sensação desagradável quando pronunciados no Brasil.
Olímpiadas no Rio, alegria de verão
Esporte também é alegria e nada como uma Olimpíada para confirmar essa vocação ao misturar as principais modalidades em uma só competição. O Brasil também teve o prazer de sediar um evento desse porte, em 2016, no Rio de Janeiro. Pela primeira vez, uma cidade da América do Sul era escolhida para sediar a maior festa poliesportiva do mundo. O evento ocorreu entre 3 e 21 de agosto de 2016, seguido das Paralimpíadas, realizadas entre 7 e 18 de setembro desse ano.
O Brasil conquistou 19 medalhas olímpicas, sendo sete de ouro, nas modalidades judô, atlestismo, boxe, vela, vôlei de praia, futebol e vôlei; seis de prata nas modalidades tiro, ginástica artística (solo e argolas masculino), canoagem (duas) e vôlei de praia; além das seis de bronze, em judô, ginástica artísticas, natação e taekwondo.
Foi uma Olimpíada marcadas por nomes com a judoca Rafaela Silva, o canoísta Izaquias Queiroz, o ginasta Diego Hypólito e o Neymar e cia, que conquistaram o título de campeão olímpico de futebol para o Brasil pela primeira vez, ironicamente contra Alemanhã nos pênaltis, após um jogo apertado de 1 a 1 no tempo regulamentar. Um feito que seria repetido neste ano, nas Olímpiadas de Tóquio, desta vez contra a Espanha na final.
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