O Cruzeiro levantou cerca de R$ 4 milhões por empréstimo com empresários ligados ao clube para quitar parte de seus salários atrasados, que somam em torno de R$ 9 milhões e motivaram uma greve de quatro dias dos jogadores na última semana.
Entre os investidores que cederam o valor, estão Pedro Lourenço, dono da rede Supermercados BH, e o empreiteiro Régis Campos, à frente da construtora Emccamp, que já atuaram como mecenas em prol do clube em outras ocasiões desde a queda para a Série B, que agravou a crise financeira celeste.
O valor do empréstimo será de fato repassado pelos milionários cruzeirenses apenas após o clube dar garantias de pagamento e só deverá atender atletas e comissão técnica. Trabalhadores administrativos e dos centros de treinamento Toca I e Toca II ainda não têm garantia de serem pagos.
"A dívida é de R$ 9 milhões. Quitar tudo, eu acho difícil, mas a ideia é amenizar uma boa parte agora. Algumas pessoas comentaram que chegou a seis meses de atraso, mas isso não teve, teve problema parcial", afirmou o presidente Sérgio Santos Rodrigues em entrevista ao jornal mineiro O Tempo.
De acordo com uma fonte ligada à Toca II, centro de treinamento que acolhe o time principal, o pagamento fracionado e sem contemplar todos os funcionários desagrada. Por isso não estão descartados outros movimentos dos atletas.
"Não cabe a um, dois, três, quatro ou cinco jogadores [decidir por greve]. Isso é sempre uma decisão do grupo. Mas a gente tem fé e esperança que uma solução vai ser encontrada para que todos fiquem contentes", disse o volante Rômulo.
"O intuito de todos [com a greve] foi ter isso [atraso salarial] solucionado, e que todos que façam parte do Cruzeiro, desde o alto até o último empregado que chegou, possam ficar satisfeitos", completou o jogador, que é uma das lideranças da equipe.
A reportagem procurou a diretoria do Cruzeiro, que afirmou que o assunto é tratado internamente.
Com a volta aos treinos no último domingo (17), o elenco deverá também ir a campo às 21h30 desta sexta-feira (22), em visita ao Avaí na Ressacada, em Florianópolis. A partida será válida pela 31ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro.
O Cruzeiro segue, no entanto, cercado de dúvidas quanto aos próximos pagamentos. Sem um fonte importante de receita, o clube tem sobrevivido com dinheiro de mecenas, pois não consegue arrecadar mais do que gasta.
Nesta semana, o Cruzeiro divulgou em seu site oficial o balanço patrimonial do primeiro semestre de 2021 e destacou déficit de R$ 12,5 milhões, quase seis vezes menor do que o real, de R$ 68 milhões.
Com o valor que preferiu destacar, o clube desconsiderou algumas despesas de depreciação, acordos trabalhistas e outros custos, mostrando representação de "efeito de caixa" no período representado, o que consta no próprio balancete.
A expectativa é que até o fim do ano o déficit chegue próximo -ou ultrapasse- os R$ 100 milhões. A dívida global cruzeirense está cada vez mais perto de R$ 1 bilhão e, fatalmente, deve ultrapassar esse montante até o fim da temporada.
"A ideia é terminar o ano em dia, manter é difícil. A gente fazendo o pagamento parcial vai tapar um pouco o que tem para trás. A gente tem questões em andamento de marketing. A gente espera que até o fim do ano consiga entrar com tudo limpo para não ter dívidas na SAF [Sociedade Anônima do Futebol]", também disse o mandatário cruzeirense ao jornal O Tempo.
Estádio: Ressacada, em Florianópolis (SC)
Horário: 21h30 (de Brasília) desta sexta-feira (22)
Árbitro: Flavio Rodrigues de Souza (FIFA-SP)
VAR: Marcio Henrique de Gois (SP)
Transmissão: SporTV e Premiere
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