"O futebol tem a graciosa virtude de unir culturas e povos, sem distinção de credo, raça ou origem. A linguagem da bola é universal. Contudo, os recentes episódios de discriminação racial ocorridos nas partidas de futebol em território brasileiro demonstram, de forma inconteste, que o preconceito é uma chaga que envergonha o nosso país e que tem que ser erradicada de uma vez por todas" - Maurício de Figueiredo.
Após proferir ofensas raciais ao atacante Jefferson, do Clube do Remo, alguns "torcedores" do Cruzeiro, carregam consigo a marca, que acaba rotulando o clube, de ter uma torcida racista.
O caso Jefferson, no qual um torcedor chama o jogador do Remo de "macaco" e "preto filho da p***", não é a primeira que envolve o clube de Belo Horizonte.
Até quando isso? O que ainda vai precisar acontecer para tomarem alguma atitude?
— Clube do Remo (de 😷) (@ClubeDoRemo) October 29, 2021
@CBF_Futebol @ObRacialFutebol#NãoAoRacismo #RacismoÉCrime pic.twitter.com/yVNfQTaHDM
OUTROS CASOS
O jogador do CSA, Iury Castilho, denunciou no mês de setembro, através de suas redes sociais, que teria sido vítima de ataques racistas após a vitória do clube alagoano por 2 a 1 sobre a Raposa, no Estádio Independência. Na ocasião, o atacante fez o gol da vitória do Azulão.
De acordo com o atleta, após o jogo, ele teria recebido mensagens agressivas, com áudios e imagens, de um torcedor do Cruzeiro e foi chamado de "macaco".
CELSINHO
Além de Iury e Jefferson, outro jogador vítima de preconceito racial foi Celsinho, meia do Londrina. O atleta teria sido ofendido no final do mês de agosto, em partida contra o Brusque, no Estádio Augusto Bauer. No caso do jogador, as ofensas vieram não de um jogador, mas sim de Julio Petermann, presidente do conselho do clube.
Em resposta a nota oficial do Brusque Futebol Clube, a qual indica como oportunista a vítima Celso Luis Honorato, no ato por ele sofrido de racismo e ainda, em meio as inverdades proferidas sobre o caso, o Londrina Esporte Clube, vem a público expor o vídeo (...) pic.twitter.com/lRDwG56L4V
— Londrina E C (@LondrinaEC) August 31, 2021
Um mês após as ofensas, o clube foi punido pelo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) com a perda de três pontos na Série B, além disso, Petermann foi condenado a 360 dias de suspensão, mais multa de 30 mil reais, pelas ofensas ao jogador.
Segundo presidente do Clube do Remo, Fábio Bentes, em contato exclusivo com o DOL, o Clube do Remo irá encaminhar as denúncia de Injúria racial a CBF.
"Nós vamos encaminhar a denúncia para a CBF, para que as providências possam ser tomadas, e que possa ser identificado e punido o responsável pelo crime. No nosso entendimento é um crime grave de Injúria Racial que aconteceu no estádio, e é preciso que os responsáveis sejam punidos", disse.
O Cruzeiro publicou, na manhã desta sexta-feira (29), publicou manifesto sobre os ofensas proferidas por torcedores do clube contra o atacante Jefferson, no Estádio Independência.
"Ganhar ou perder faz parte de uma partida de futebol. O racismo jamais fará. Ano passado pedimos ao torcedor que #risqueoracimso, e hoje, infelizmente pedimos novamente. O que aconteceu com o atleta Jefferson é, e sempre será, inaceitável".
Ganhar ou perder faz parte de uma partida de futebol. O racismo jamais fará.
— Cruzeiro 🦊 (@Cruzeiro) October 29, 2021
Ano passado pedimos ao torcedor que #RisqueORacismo e hoje, infelizmente, pedimos novamente.
O que aconteceu com o atleta Jefferson do @ClubeDoRemo foi, é, e sempre será, inaceitável. pic.twitter.com/ATjie15FBM
Injúria racial é crime no Brasil, e está previsto no artigo 140 do Código Pena brasileiro, com pena prevista de 1 a 3 anos de reclusão.
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