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BRASIL X ARGENTINA

Histórico aponta Flamengo com maior chance de bater o Vélez

Recentemente, equipes brasileiras e argentinas se enfrentaram 10 vezes e em nove o Brasil ficou com a vaga; Nesta quarta-feira, o Rubro-Negro encara os hermanos pela semifinal da Libertadores

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Imagem ilustrativa da notícia Histórico aponta Flamengo com maior chance de bater o Vélez camera Dorival fez o Flamengo se encaixar rápido desde sua chegada | Divulgação/Flamengo

Disputada desde 1960, a Copa Libertadores da América vive momento peculiar, ironizada até mesmo como uma "Copa do Brasil com argentinos". As duas potências do continente abrem nesta quarta-feira (31) um novo confronto entre si. Será em Buenos Aires, onde o Vélez Sarsfield recebe o Flamengo a partir das 21h30 (de Brasília), no estádio José Amalfitani. A partida de volta será no Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ), no dia 7 de setembro.

Contando apenas os confrontos diretos (mata-matas ou finalíssimas), esta será a 74ª vez que brasileiros e argentinos se enfrentam no principal torneio do continente (incluindo também os confrontos de pré-Libertadores). Há um equilíbrio interessante no retrospecto geral. A vantagem é argentina, com 38 classificações nos 73 confrontos até aqui (52% do total).

Os brasileiros levaram a melhor nas outras 35 definições (ou 48%).

Considerando apenas os mata-matas recentes, porém, a vantagem brasileira é enorme.

Dos dez últimos cruzamentos entre brasileiros e argentinos, os brasileiros ganharam simplesmente nove, contra apenas e tão somente um triunfo dos argentinos.

Ou seja: considerando apenas o histórico, o Flamengo entraria em campo com uma chance de 90% de sair vitorioso contra o Vélez.

O domínio verde e amarelo começou na edição de 2020, quando o Palmeiras eliminou o River Plate na semifinal, com o Santos fazendo o mesmo com o Boca Juniors.

Em 2021, o Santos avançou na pré-Libertadores e deixou o San Lorenzo pelo caminho. Nas oitavas, o Atlético-MG passou pelo Boca, enquanto São Paulo e Flamengo eliminaram Racing e Defensa y Justicia, respectivamente.

Também no ano passado, o Atlético-MG varreu o River Plate nas quartas de final, levando a melhor pelo placar agregado de 4 a 0.

Na Libertadores de 2022, as oitavas de final contaram com dois mata-matas entre Brasil e Argentina. O Corinthians superou o Boca Juniors em plena Bombonera, levando a melhor na cobrança por pênaltis depois de um 0 a 0 global.

A vitória argentina na mesma fase foi bem mais folgada. O Estudiantes impôs sua tradição ao Fortaleza e se classificou com um 4 a 1 geral (1 a 1 no Castelão e 3 a 0 em La Plata).

O último Brasil x Argentina foi o polêmico Athletico-PR e Estudiantes das quartas de final. O Athletico-PR venceu em La Plata por 1 a 0, com o gol salvador saindo no último lance. O Estudiantes reclamou demais da arbitragem.

AS RAZÕES DA DISPARIDADE

A Argentina vive um momento instável no futebol. A seleção curte a melhor fase em décadas. Os times do país, em compensação, veem o predomínio brasileiro nas competições continentais sem muito o que fazer.

Quem se debruçou sobre a fase argentina nos gramados foi o jornal "Clarín", o de maior circulação no país (e quem conhece a Argentina sabe que se trata de um dos país que mais leem em todo o mundo).

Em longa análise publicada no mês passado, o diário considerava praticamente um milagre que algum argentino nesta Libertadores tivesse condições de desbancar os brasileiros.

"Em defesa dos assombros, na Sul-Americana, aconteceu um milagre: o Táchira, da Venezuela, eliminou o famoso Santos, nas oitavas de final [da Copa Sul-Americana]", definiu o "Clarín", resumindo assim as eventuais chances da Argentina no confronto contra o Brasil.

"Como na Champions League, a matriz é econômica. Quase sempre, os que ganham ou chegam mais longe são os têm mais dinheiro e mais possibilidades de investir", sustenta o jornal, que justifica assim o poderio brasileiro na Libertadores:

- Dos 20 jogadores com maior valor de mercado nesta Libertadores, 14 são brasileiros. Todos representavam times brasileiros que estão nas quartas de final. E a eles há que somar um uruguaio e um argentino que aparecem no top 20: Giorgian De Arrascaeta (do Flamengo) e Matías Zaracho (do Atlético-MG).

- Todos os jogadores do futebol argentino já estão fora, casos de Facundo Farías (do Colón), Enzo Fernández, Esequiel Barco e Nicolás de la Cruz (trio do River, mas Fernández já foi para o Benfica).

- Estendendo a lista até o top 40: 28 são brasileiros, e 31 do total disputam o Brasileiro.

- O que ocorre individualmente, por lógica, ocorre também com os clubes: 12 dos 14 mais valiosos são brasileiros. As duas exceções argentinas já estão fora: River (quarto, atrás de Palmeiras e Flamengo) e Boca (sétimo).

O "Clarín" trouxe também em sua análise um parágrafo do escritor uruguaio Eduardo Galeano publicado em 2015 no "O Estado de S.Paulo":

"Rogo a Deus para que os jogadores não percam esse prazer de jogar futebol, porque nos últimos anos se condicionaram a apenas ganhar, o que se traduz em mais dinheiro. O futebol perdeu essa faísca de assombro que deve marcar cada jogo. E ele agora corre o risco de ser um negócio rentável como as drogas ou as armas".

O jornal arremata:

"Tão certo, tão doloroso. Quase como mostra agora, talvez exagerando, a série alemã 'Cães de Berlim', no Netflix".

ESCALAÇÕES

O Flamengo divulgou, na segunda-feira (29), a lista de relacionados para a partida da semifinal. O zagueiro David Luiz aparece entre os jogadores à disposição do técnico Dorival Júnior -ele havia desfalcado o elenco rubro-negro no último domingo (28), na vitória por 1 a 0 contra o Botafogo, por conta de um diagnóstico de hepatite viral.

Por outro lado, o atacante Marinho, que também foi desfalque no domingo por conta de um quadro febril, foi poupado para a partida. Portanto, uma possível escalação inicial do Flamengo tem: Santos, Rodinei, David Luiz, Léo Pereira e Filipe Luís; Thiago Maia, João Gomes, Everton Ribeiro e Arrascaeta; Pedro e Gabigol.

O Vélez Sarsfield, por sua vez, chega à partida sem o volante Máximo Perrone, que se recupera de uma lesão na caixa torácica. O zagueiro Diego Godín, que se recupera de uma tendinite, é dúvida.

Por outro lado, o técnico Cacique Medina deverá contar com os demais titulares, poupados na última partida do time, quando empatou por 1 a 1 contra o Independiente, no último domingo (28). Uma possível escalação inicial do Vélez tem: Lucas Hoyos; Leonardo Jara, Matías De los Santos, Valentín Gómez e Francisco Ortega; Nicolás Garayalde e Santiago Cáseres; Luca Orellano, Lucas Pratto, Lucas Janson e Walter Bou.

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