O advogado do policial penal Marcelo de Lima, acusado de matar Thiago Motta em um bar próximo ao Maracanã após o primeiro Fla x Flu da final do Carioca, diz que o agente agiu em legítima defesa. A tese havia sido inicialmente descartada pelo Juiz da audiência de custódia.
Renato Darlan diz que Marcelo interveio em uma confusão que tinha um casal de amigos como alvo e que "o laudo mostra um corte na mão esquerda, que é uma demonstração clara de defesa".
A defesa do policial aponta ainda que "acuado e com medo de morrer, sacou a arma e efetuou alguns disparos. Os primeiros para dispersar, mas os dois não se intimidaram e foram para cima, momento que não viu outra forma de salvaguardar sua vida".
O advogado avalia que as "imagens que estão expostas, infelizmente, são muito ruins e não são capazes de mostrar com clareza o que de fato ocorreu".
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Em contato com a reportagem, Renato negou ainda que Marcelo tenha tentado fugir e diz que ele se entregou aos policiais que estavam próximo ao local.
Darlan ressalta ainda que "a primeira versão sobre o motivo da briga ter sido por pizza foi desmontada com testemunho da dona do estabelecimento", que falou sobre o caso ao UOL.
DENÚNCIA DO MPRJ
O MPRJ denunciou o policial penal Marcelo de Lima por homicídio triplamente qualificado.
Segundo o órgão, o "os crimes foram praticados por motivo torpe, em razão do inconformismo de Marcelo com as posições políticas expressadas pelas vítimas após suas declarações".
O MPRJ publicou que "em frente à pizzaria 'Os Renatos', localizada na Rua Isidro de Figueiredo, Marcelo teria dito que 'petista é igual flamenguista, tudo burro e ladrão'".
Ainda de acordo com o documento, "após uma discussão, o denunciado, com vontade livre e consciente de matar, efetuou disparos de arma de fogo contra as vítimas".
O CASO
Thiago Leonel Fernandes da Motta foi morto e Bruno Tonini Moura ficou gravemente ferido após serem alvo de cerca de 10 tiros.
Eles estavam no bar após a partida entre Flamengo e Fluminense, primeiro jogo da final do Carioca.
Thiago era torcedor do Fluminense, assim como Bruno. O clube se manifestou nas redes sociais e pediu rigor nas apurações do caso.
O policial penal Marcelo de Lima teve a prisão preventiva decretada pelo juiz Bruno Rodrigues Pinto, da Central de Audiências de Custódia. Na ocasião, a hipótese de legítima defesa foi descartada.
Marcelo de Lima foi transferido para o presídio Frederico Marques para a Cadeia Pública Constantino Cokotós, em Niterói. O local é destinado a policiais civis e penais da ativa.
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