A crise da Seleção gerou uma brecha para a oposição na CBF tentar derrubar o atual presidente, Ednaldo Rodrigues. Comandam essa tentativa de levante os ex-presidentes Marco Polo Del Nero e Ricardo Teixeira. Nos bastidores, Ednaldo reagiu e buscou arregimentar apoio de federações estaduais e clubes.
Oposição, comandada nos bastidores por Marco Polo Del Nero e Ricardo Teixeira, está produzindo dossiês contra Ednaldo. O alvo são os gastos da atual gestão, tentando provar irregularidades para conseguir o afastamento do presidente na Justiça.
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O objetivo é aproveitar a insatisfação de alguns setores do futebol com o dirigente por acordos políticos não cumpridos. Há ainda dirigentes contrariados com a centralização das decisões de Ednaldo.
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A gestão Ednaldo também tem acumulado contas não pagas e atrasos em alguns pagamentos. Fornecedores já moveram processos na Justiça para receber.
Por outro lado, a CBF antecipou receitas na casa dos R$ 9 milhões, divididos por quatro clubes da Série B: Vitória (R$ 4 mi), Atlético-GO (R$ 2,5 mi), Juventude (R$ 1 mi) e Sport (R$ 1,5 mi). Os três primeiros conseguiram o acesso.
A resposta do presidente da CBF foi um movimento em direção às federações estaduais, em busca de apoio. Posteriormente, fará o mesmo com os clubes.
O UOL apurou que, no primeiro momento, a maioria das federações deve ficar ao seu lado, criando uma barreira política.
QUAL SERIA O CAMINHO?
O grupo de oposição decidiu que o caminho para tomar o poder de volta é uma ação na Justiça. Lembrando que a entidade já esteve sob intervenção, enquanto o presidente anterior, Rogério Caboclo, era investigado por denúncias de assédio.
Há um movimento para tentar obter uma medida judicial que afete o atual presidente. É a segunda vez que o grupo de oposição faz isso: anteriormente, a intervenção previa que o presidente da Federação Paulista, Reinaldo Carneiro Bastos, e o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, se tornassem administradores. Eles não estão envolvidos no movimento atual.
A justificativa da articulação é o mau momento das seleções, suas derrotas e supostos desmandos de Ednaldo. A intenção do grupo é tentar que o presidente da Ferj, Rubens Lopes, vice da CBF mais velho, chegue ao poder. Pessoas próximas a Rubinho, por outro lado, negam que ele participe da articulação.
Aliados do presidente da CBF apontam que se trata de uma insatisfação por conta de interesses comerciais rejeitados dentro da confederação, com o fim de contratos de parceiros de Teixeira e Del Nero.
Quem está do lado de Ednaldo também diz que não há base para qualquer movimento para retirá-lo do poder. Quem está neutro na CBF entre oposição e situação concorda com essa tese ao não ver fato concreto contra o atual presidente, mesmo que discorde de determinadas medidas do dirigente.
O ROMPIMENTO
Ednaldo foi eleito em definitivo na CBF em março de 2022, após uma gestão de meses como interino. Substituiu Rogério Caboclo, afastado pela Comissão de Ética do Futebol por denúncias de assédio.
A chegada de Ednaldo ao poder provocou uma mudança na gestão da CBF com a troca de diversas diretorias. Além disso, houve alterações de empresas contratadas de serviços e de marketing.
Com o passar dos meses, consolidou-se um grupo ligado à CBF insatisfeito com o atual presidente. Entre eles, estão os ex-presidentes Ricardo Teixeira e Del Nero. Em parte, isso ocorreu por essas mudanças de contratos de antigos parceiros.
Essa oposição silenciosa explodiu com os maus resultados da seleção. O time de Fernando Diniz está em sexto nas Eliminatórias após seis jogos.
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