Na mais recente sessão da CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, realizada na última segunda-feira (22), o empresário norte-americanao John Textor, proprietário da SAF do Botafogo, surpreendeu os presentes ao entregar ao Senado Federal o que o senador Jorge Kajuru (PSB) chamou de "indícios indiscutíveis" de manipulação de resultados em partidas do Campeonato Brasileiro. As informações foram compartilhadas em uma reunião secreta entre Textor e Kajuru, presidente da CPI, após o depoimento público.
Durante o depoimento, que durou várias horas, John Textor detalhou suas alegações sobre a suposta manipulação de resultados em jogos de futebol, especialmente envolvendo o Palmeiras. O empresário apresentou relatórios, documentos e imagens que, segundo ele, comprovam a interferência ilegal em partidas do Campeonato Brasileiro.
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"Nós chegamos a uma conclusão por unanimidade. Ao invés de falar em provas, temos que dizer que obtivemos indícios indiscutíveis, com conteúdo, não foi um ‘blá-blá-blá’. Foram quase duas horas de demonstrações de imagens, que nos leva a não dizer que esses indícios não poderão virar provas", explicou Jorge Kajuru, reconhecendo a falta de provas que sustentem as alegações feitas pelo empresário norte-americano.
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Após a sessão pública, o senador e presidente da CPI compartilhou algumas informações sobre a reunião secreta com Textor. Ele destacou a gravidade das evidências apresentadas pelo empresário e afirmou que buscará apoio da Polícia Federal para dar continuidade às investigações.
"Buscaremos principalmente na Polícia Federal a companhia para tudo o que vimos, para tudo o que tomamos conhecimento. Por exemplo, a questão do VAR, que fiquei aturdido, e acho que todos os senadores que estão presentes também ficaram", ressaltou Kajuru.
ACUSAÇÕES CONTRA O PALMEIRAS
Em seu depoimento, Textor reforçou suas acusações de que o Palmeiras teria sido beneficiado por essas práticas nas últimas edições do Campeonato Brasileiro. O comentário do empresário veio em resposta ao questionamento de Kajuru, que confrontou o depoente com duas declarações aparentemente contraditórias. Enquanto em uma ocasião o empresário afirmava ter provas do benefício ao Palmeiras, em outra ele negava qualquer acusação direta à presidente do clube, Leila Pereira, ou ao São Paulo, como instituição.
Diante da aparente contradição, John Textor defendeu sua posição, destacando que suas alegações se baseiam em evidências concretas de manipulação de resultados específicos em 2022 e 2023. O empresário ressaltou que sua intenção nunca foi acusar clubes ou seus dirigentes, mas sim expor a corrupção que permeia o futebol brasileiro, citando a influência do dinheiro como fator corruptor.
"Não vejo contradição. Baseado no que acredito, nas evidências que temos, vamos comprovar que o Palmeiras foi beneficiado por manipulação de resultados em 2022 e 2023. Eu nunca aleguei que o Palmeiras ou o São Paulo, como clubes, estariam por trás disso", explicou o dono da SAF do Botafogo. "O dinheiro é capaz de corromper as pessoas. Eu nunca aleguei que Leila (Pereira) ou Julio (Casares) ou os clubes estão envolvidos nisso. Por isso, não vejo uma contradição nessas declarações", acrescentou.
CRÍTICAS DE TEXTOR AO STJD
Além disso, Textor criticou a atuação do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), alegando que suas denúncias foram ignoradas e que uma investigação adequada não foi realizada. Ele ressaltou a importância de uma resposta rápida e eficiente das autoridades competentes para garantir a integridade do esporte.
"Se você tem acesso a essas informações, no meio da temporada, como você vai lidar? O que fiz foi apresentar o relatório ao Tribunal, com os nomes dos envolvidos vetados para proteger os seus direitos, e pedi por uma investigação. Não fiz alegações, só pedi para que fosse investigado. Pedi isso em dezembro, mas se o Tribunal tivesse se debruçado, não estaríamos onde estamos hoje pois tive que apresentar as evidências nas últimas semanas. Isso me levou aos processos e isso me permitirá a apresentar as evidências", ponderou.
VEJA A ENTREVISTA DE JORGE KAJURU:
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