Com a conquista da medalha de ouro nas Olimpíadas 2024, a judoca Beatriz Souza, 26, vai receber R$ 350 mil do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) como premiação e não é difícil imaginar onde ela deve investir parte desse dinheiro.
Empreendedora, Bia é sócia da cunhada, a xará Beatriz Aleixo, numa grife de roupas plus size chamada Nega Chique. A judoca decidiu criar a grife por não encontrar roupas no seu tamanho. "É muito difícil entrar em roupa G de uma loja de departamento. As peças não entram no meu braço, por exemplo", disse ela, em recente entrevista ao canal "Podsport". "Queria muito achar roupas que coubessem em mim".
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Bia ainda ressaltou ainda a falta de bom gosto da maioria das fabricantes de roupas plus size. "Também não queria comprar nada com estampas de vovó. A minha cunhada (irmã de Daniel Souza) gostou da ideia e abrimos a sociedade".
A marca de roupas própria, com peças que fazem o seu estilo, está intimamente relacionada à sua luta contra a gordofobia. "Na infância, eu não ligava para o que achavam do meu corpo. Mas isso mudou na adolescência. Me sentia desconfortável, porque não sabia como lidar, nem me aceitava. Foi uma fase difícil". Ela diz que as competições de judô também a ajudaram a desenvolver sua autoestima.
Natural de Itariri (SP) e criada em Peruíbe, litoral de São Paulo, Beatriz Souza foi apresentada ao judô quando tinha sete anos de idade. Seu pai, Possidônio José de Souza Neto, ex-judoca profissional, a levou para assistir a uma luta. De criança agitada, ela se transformou em uma mulher tranquila, centrada e uma das suas estratégias para manter o foco entre as lutas é assistir a séries na TV.
"A maioria das pessoas gosta de escutar música. Eu faço minha bandagem vendo série. Aqueço e assisto. Entro para lutar, volto e vejo mais".
No catálogo da judoca estão "Grey's Anatomy", drama médico dos Estados Unidos no ar desde 2005 e a saga "Harry Potter". "Gosto de ver séries porque me deixa tranquila, relaxada. Tira aquela pressão externa", contou a campeã olímpica ao Time Brasil. Bia, sargento do Exército, é a terceira brasileira do judô a conquistar o ouro olímpico em Paris-2024, depois de Sarah Menezes, em Londres 2012, e Rafaela Silva, na Rio 2016.
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