Uma emboscada feita por torcedores do Palmeiras contra cruzeirenses deixou ao menos um morto e 20 feridos, por volta das 5h da manhã deste domingo (27), na altura do km 65 da rodovia Fernão Dias, em Mairiporã, região metropolitana de São Paulo.
A vítima fatal era um homem de 30 anos, identificado como José Victor Miranda. O ataque envolveu 120 pessoas, segundo a PRF (Polícia Rodoviária Federal).
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O ônibus da Máfia Azul (torcida do Cruzeiro) foi interceptado pela Mancha Verde (Palmeiras). O caso, que ocorreu no sentido Belo Horizonte, foi um revide a um confronto entre eles, em setembro de 2022, na mesma rodovia, mas em solo mineiro. Naquela ocasião, entre os agredidos estava o atual presidente da Mancha, Jorge Luis.
Vídeo mostra foguetes sendo lançados contra ônibus da Máfia Azul que foi incendiado na BR-381, durante uma emboscada de torcedores da Mancha Verde, organizada do Palmeiras. Um torcedor de 30 anos morreu durante o ataque e pelo menos outros 12 ficaram feridos. pic.twitter.com/5wtXCSdf51
— O Tempo (@otempo) October 27, 2024
No ataque deste domingo, a torcida do Cruzeiro voltava de um jogo contra o Athlético Paranaense, em Curitiba. O Palmeiras havia jogado contra o Fortaleza, na capital paulista.
Rena Bohus, advogado dos torcedores cruzeirenses, disse que eles estavam dormindo no momento do ataque praticado pela Mancha Verde.
"Os torcedores rivais jogaram pregos na via e, quando o ônibus parou, eles arremessaram coquetel molotov, rojão, várias bombas. Invadiram o ônibus com pedaços de pau e agrediram as pessoas.
Mancha Verde, the main ultra group of Palmeiras, set fire to the bus of Máfia Azul, the main ultra group of Cruzeiro, who were returning from Curitiba after last night's game against Athletico.
— Football Report (@FootballReprt) October 27, 2024
Several Cruzeiro fans were injured, as they were brutally beaten and burned. pic.twitter.com/nqFyINGK59
Um vídeo da PRF mostra um ônibus com os vidros quebrados, outro incendiado e torcedores caminhando pelo trecho onde ocorreu a confusão.
A tropa de choque da Polícia Militar e equipes do Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia) foram ao local dar apoio para a PRF, responsável pelo policiamento na via.
Segundo a PRF, sete pessoas tiveram traumatismo craniano e uma foi baleada no abdômen, mas não corre risco de vida. Os feridos - todos torcedores do Cruzeiro - foram levados aos hospitais Franco da Rocha e Anjo Gabriel, em Mairiporã. Os agressores fugiram antes da chegada da polícia. Até o momento, ninguém foi preso.
Conforme a Arteris Fernão Dias, responsável pela gestão da rodovia, a pista ficou interditada entre 5h14 e 6h30.
O Ministério Público de São Paulo chamou o ataque de "selvageria" e determinou que o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) participe das investigações, pois "há firmes evidências de que algumas torcidas organizadas atuam como verdadeiras facções criminosas".
"Tal episódio é inaceitável e representa uma grave afronta à segurança pública e à convivência pacífica em nossa sociedade", afirma, em nota.
O Ministério Público de Minas Gerais se colocou à disposição das vítimas e dos familiares.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), repudiou o ataque aos torcedores do Cruzeiro, disse que futebol não deve ser sinônimo de nada similar e prometeu punição severa.
Em nota, o Cruzeiro lamentou o episódio de violência entre torcedores. "Não há mais espaço para violência no futebol, um esporte que une paixões e multidões. Precisamos dar um basta a esses atos criminosos", afirma.
A Sociedade Esportiva Palmeiras repudiou o episódio. Em nota, o clube declara que o futebol não pode servir como pano de fundo para brigas e mortes. "Que os fatos sejam devidamente apurados pelas autoridades competentes e os criminosos, punidos com rigor."
A Prefeitura de Mairiporã diz que vai acompanhar as investigações. Segundo nota, o local já passou por perícia. A Secretaria de Segurança Pública do município forneceu imagens da rodovia e dos arredores para auxiliar nas investigações e nos trabalhos da perícia. A ocorrência continua em andamento, com os torcedores envolvidos sendo ouvidos no distrito policial de Mairiporã.
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