Em competições internacionais, há marcas que passam despercebidas até o momento em que são interrompidas. Sequências vitoriosas criam a sensação de permanência, como se o lugar no pódio fosse quase uma extensão natural da tradição. Em Belém, porém, o Mundial de Clubes de Vôlei Masculino expôs o peso simbólico de uma ausência que não se via havia anos a do voleibol brasileiro.
Com a derrota do Vôlei Renata para o Zawiercie por 3 sets a 0, neste domingo (21), o Brasil ficou fora do pódio do Mundial masculino de clubes de 2025. O revés não apenas impediu a conquista do bronze pelos campineiros, como também encerrou uma longa sequência positiva do país na competição intercontinental.
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SEQUÊNCIA POSITIVA QUEBRADA
Esta é a primeira vez em sete anos que o Brasil não emplaca ao menos um representante entre os três primeiros colocados do Mundial de Clubes Masculino de Vôlei. Desde 2019, nas últimas cinco edições disputadas - o torneio não ocorreu em 2020, em razão da pandemia do coronavírus -, o pódio sempre contou com um clube brasileiro.
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Nesse período, o país acumulou resultados expressivos. O Cruzeiro foi vice-campeão em 2019, conquistou os títulos mundiais em 2021 e 2024 e ainda levou o bronze em 2022. Em 2023, foi a vez do Minas alcançar o vice-campeonato. Ao todo, foram cinco medalhas consecutivas: dois ouros, duas pratas e um bronze, consolidando o protagonismo brasileiro no cenário mundial.
CAMPANHA BRASILEIRA EM 2025
Em 2025, apenas o Vôlei Renata seguiu vivo na tentativa de manter essa sequência. Atual campeão, o Cruzeiro acabou eliminado ainda na fase de grupos, terminando em terceiro lugar no Grupo B, com três pontos e uma vitória em três jogos. O mesmo desempenho teve o Praia Clube, de Uberlândia, que também se despediu precocemente do torneio.
COMO FOI A DECISÃO DO BRONZE
Dentro de quadra, o confronto contra o Zawiercie repetiu um roteiro doloroso para o time campineiro. Assim como na fase de grupos, o primeiro set escapou após vantagem confortável: o Vôlei Renata chegou a fazer 24 a 21, mas sofreu a virada e perdeu a parcial por 27 a 25. A queda de rendimento teve impacto direto no restante do jogo.
A equipe polonesa cresceu a partir das mudanças promovidas pelo técnico Michal Winiarski, especialmente com a entrada de Ensing no lugar de Boladz. O veterano Gladyr foi decisivo nos momentos-chave, salvando um set point com bloqueio e fechando a parcial inicial com um ace, o que deu confiança ao Zawiercie para jogar de forma mais agressiva no saque e no bloqueio.
QUINTA MEDALHA POLONESA
Com maior controle emocional, os poloneses dominaram o segundo set e administraram o terceiro com eficiência, fechando a partida em 25-19 e 25-21. Russell foi o maior pontuador, com 16 pontos, seguido por Kwolek e Bieniek, com 13 cada. Pelo lado brasileiro, Adriano marcou 11 pontos, um a mais que Acerola.
O bronze garantiu ao Zawiercie a quinta medalha da Polônia na história do Mundial masculino de clubes - agora são três pratas e dois bronzes - enquanto o Brasil, pela primeira vez em sete anos, deixa Belém sem subir ao pódio e com a sensação de que uma era de regularidade internacional foi interrompida.
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