Ao menos quatro torcedores corintianos foram presos na manhã desta terça-feira (8) sob suspeita de terem ameaçado a juíza Marcela Assad Caram, que determinou a prisão de 31 torcedores do Corinthians após confronto com policiais militares no estádio do Maracanã, no dia 23 de outubro.

A operação, em parceria com a polícia do Rio, cumpre 10 mandados de prisão temporária e 21 de busca e apreensão em São Paulo, na Grande São Paulo e no litoral paulista. Os mandados foram expedidos pela 6ª Vara Criminal do Rio.

De acordo com a delegada Margarete Barreto, do Drade (Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva), os torcedores detidos estão no DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa) e, depois de passarem pelo IML (Instituto Médico Legal), serão levados para o Rio de Janeiro.

CONFUSÃO
No dia 23 de outubro, a polícia do Rio deteve torcedores do Corinthians após confronto no jogo de reabertura do Maracanã. Ao final da partida, a polícia isolou todos os torcedores corintianos presentes no estádio e deteve 39 suspeitos de participar da briga.

Na sequência, oito corintianos foram liberados e 31, detidos -horas depois, um torcedor que é menor de idade também foi liberado.

Ouvidos pela reportagem, advogados especialistas em direito penal criticaram a prisão preventiva dos corintianos. "Não teve nenhum fundamento [a conduta policial]. Não é possível uma privação de liberdade, a não ser em flagrante delito sem ordem judicial", afirmou Gustavo Badaró, advogado e professor de processo penal da USP.

Para Arruda Botelho, conselheiro do Instituto de Defesa do Direito de Defesa, foi "ilegal manter as pessoas daquela forma. A imagem [de torcedores confinados na arquibancada do estádio] foi desproporcional."

Alberto Toron, advogado e professor de processo penal da FAAP, discorda. "A retenção momentânea me pareceu necessária. Ela legitimou a necessidade investigatória e diminuiu o erro para a prisão de inocentes."

No entanto, ele faz uma ressalva quanto à decisão tomada na terça pela juíza Marcela Caram de converter a prisão em flagrante em preventiva. Na sua opinião, essa medida fez com que houvesse uma punição antecipada.

Na sentença em que converte a prisão, Caram cita o depoimento de um policial que, em audiência, apontou os supostos crimes cometidos por cada um dos corintianos. Os depoimentos de outros três policiais corroboraram essa versão.

(Folhapress)

MAIS ACESSADAS