Briga por titularidade no Papão está cada vez mais acirrada

Início de temporada é sempre assim: os clubes, tradicionalmente, reformam seus elencos e, consequentemente, quando os treinos e competições começam, a briga pela titularidade é inevitável. É o que está acontecendo no Paysandu, que manteve a base do grupo de 2019, o que aumenta a dificuldade por uma camisa da equipe para quem chegou agora. Este ano, por conta da crise financeira que vivencia, o Papão tem sido comedido na importação de jogadores, o que não significa que a disputa pela titularidade não esteja acontecendo na Curuzu. Muito ao contrário, em alguns setores a briga promete ser acirrada.

Até aqui, os setores de defesa e ataque foram os que menos novatos receberam. Foram duas peças para cada um dos compartimentos. Para a “cozinha” da equipe foram contratados o goleiro Gabriel Leite e o zagueiro Wesley Matos. Já para o ataque chegaram Deivid Souza e, por último, Uilliam Souza. O número acanhado de aquisições, comparado a de temporadas passadas, além do fator financeiro, se deve, também, à quantidade de atletas remanescentes de 2019. A defesa iniciou o Parazão praticamente com a mesma formação do ano passado, exceção ao goleiro Gabriel Leite. No ataque nada mudou.

Mas a tendência é que os titulares dos setores defensivo e ofensivo do time venham a ter de mostrar serviço na sequência do Estadual. A diretoria bicolor deve anunciar nas próximas horas a vinda de um lateral-direito, posição na qual Tony reina absoluto. No que diz respeito ao ataque, as sombras, principalmente, de Elielton e Vinícius Leite já são vistas no clube e atendem pelos nomes de Deivid Souza e Uilliam Barros. O primeiro já até estreou pelo clube diante do Itupiranga, enquanto o segundo só está no clube há cinco dias.

Ao se confirmar as contratações de outros dois atacantes, conforme adiantou uma fonte confiável do clube, o setor passará a ser o mais “inchado” do elenco, com um total de oito atletas. Prenúncio de uma disputa ainda mais ferrenha por uma vaga no time. O compartimento do meio do time é outro que deve colocar em evidência forte concorrência pela titularidade, sobretudo entre aqueles que cumprem a função de volante. Casos de Serginho e Phillipe Guimarães, os novatos, Caíque Oliveira, Yure e Anderson Uchôa, este último convalescendo de uma cirurgia.

O meia Alex Maranhão, que diz ter vindo para “fazer história no Paysandu, também deverá ser obrigado a suar a camisa, visto que no complemento do pacote de contratações do clube está incluída a aquisição de outro meia de ligação com as mesmas características.

Fique por dentro!

Quem permaneceu de 2019?

Paulo Ricardo e Afonso (goleiros)

Kerve, Micael, Perema (zagueiros)

Bruno Collaço, Diego Matos e Tony (laterais)

Caíque Oliveira, Anderson Uchôa e Yure (volantes)

Bruce, Elielton, Flávio, Nicolas, Marco Antônio e Vinícius Leite (atacantes)

Os novatos

Gabriel Leite (goleiro)

Wesley (zagueiro)

Phillipe Guimarães e Serginho (volantes)

Alex Maranhão (meia)

Deivid Souza e Uilliam Barros (atacantes)

A garotada*

Adaylton (goleiro)

Kerve (zagueiro)

Yure (volante)

Bruce, Flávio e Marco Antônio (atacantes)

*Atletas que assinaram contrato como profissional em 2019.

Novatos se animam ao entrar logo de cara

No início oficial da temporada 2020, o Paysandu não apresentou tantas novidades ao torcedor. A equipe que derrotou o Itupiranga (3 a 1), na abertura do Parazão, foi quase uma cópia da formação que terminou a Copa Verde, a última competição do grupo em 2019. As novas caras no time, de início, foram o goleiro Gabriel Leite, o volante Serginho e o meia Alex Maranhão. Outro que também fez a sua estreia, mas entrando no segundo tempo, foi o atacante Deivid Souza. Todos, visivelmente, ainda sem ritmo de jogo, o que, convenhamos, é natural em começo de temporada.

Mas, independentemente das circunstâncias, garantir uma vaga entre os 11 titulares logo no começo do campeonato não deixa de ser algo animador e positivo na briga pela titularidade. Ainda mais quando se consegue fazer gol, como foi o caso de Maranhão. Mas o meio-campista garante está consciente da responsabilidade que tem, principalmente neste momento, em que é o único jogador da posição no elenco, de se sair bem. “Sei que vai ter pressão, vai ter cobrança, mas vim para o Paysandu para fazer história”, diz.

O fato de ter iniciado a temporada compondo o banco de reservas foi encarado pelo atacante Deivid Souza como algo natural. “Quando cheguei os companheiros já estavam há uma semana trabalhando”, salienta o atleta, mandando um recado aos concorrentes da posição. “A expectativa é grande de estar em campo. Quero estar fazendo parte desse grupo. Quero jogar”, avisa. Já o zagueiro Wesley Matos, outro dos novos contratados do Papão, que fazer do clube uma espécie de trampolim para a carreira. “Até para que eu possa me valorizar novamente”, salienta o defensor, que tem como principais concorrentes Micael e Perema.

Garotada de olho

Embora o número de contratados pelo Paysandu para a temporada seja pequeno, para a garotada formada no clube e que aspira a titularidade na equipe bicolor, as dificuldades são as mesmas de outras temporadas, quando o clube fez contratações por atacado. O elenco bicolor conta com um total de sete jovens atletas, entre 19 a 22 anos, promovidos da base e que garantem entrar na disputa pela titularidade. Em que pese a imaturidade de todos eles, ninguém no grupo dá sinais de acomodação.

O zagueiro Kerve, por exemplo, admite os obstáculos, mas garante já estar superando alguns deles para brigar de igual pra igual com os companheiros de posição pela titularidade. “As dificuldades existem sim, mas como estou desde o ano passado integrado ao grupo profissional já estou um pouco acostumado”, assegura. “Podem ter certeza que se a oportunidade surgir este ano vou agarrá-la”, anuncia. Na outra ponta do grupo, o atacante Marco Antônio sonha com uma vaga no time bicolor. “Espero estar nos planos”, diz.

Para quem já está há alguns anos no clube, sem sequer fazer um jogo, cada temporada acende a luz da esperança de ser lembrado pelo treinador. É o que acontece com o goleiro Paulo Ricardo, profissionalizado em 2015. “A gente sempre trabalha esperando ter a oportunidade. Espero que este ano eu possa ter a minha, mesmo sabendo que a posição de goleiro é um pouco mais demorada”, argumenta o arqueiro.