Uma partida de futebol é repleta de atores que compõem o espetáculo. Mas existe um personagem que algumas vezes passa despercebido, e em outras, não é visto com bons olhos. Na verdade, ele é até criticado e xingado por sua atuação. Trata-se do árbitro, aquele que é capaz de decidir o jogo.
A figura do árbitro é extremamente importante em uma partida de futebol. Sem ele, é impossível colocar ordem na casa. Partidas oficiais são impossíveis de ocorrer sem a presença de um juiz. Na realidade, são necessários três árbitros (um principal e 2 assistentes), no mínimo, para que seja possível o andamento de um jogo com eficiência.
Marco José Soares de Almeida, de 42 anos, é árbitro da Federação Paraense de Futebol (FPF). O que era um sonho de criança e da adolescência nos campinhos da Cidade Nova, em Ananindeua, Região Metropolitana de Belém, se tornou a mais pura realidade na vida dele, ao ser convocado para apitar sua primeira partida profissional há 8 anos. “Ao sair a relação dos árbitros selecionados para atuar no Campeonato Paraense de 2015, eu estava lá entre os escolhidos. Fiquei muito honrado, pois foi fruto de muito trabalho, empenho, disciplina e estudo”, contou o juiz.
O COMEÇO DE TUDO
Mas quem pensa que Marco chegou de paraquedas na profissão, se engana. Ainda na adolescência, sempre foi apaixonado pela bola, não perdia uma jogada, nenhuma competição. Quando não estava em campo atuando na linha, dava uma força, e segundo ele, era bastante cobiçado no apito. “E quando não tinha jogo eu apitava, e eu era muito requisitado, e aí começou ‘o gostar’ do futebol, tanto jogando quanto apitando, pois entendi ali que o árbitro também faz parte do espetáculo”, disse.
Antes da sua primeira partida oficial da elite do Parazão, Marco Almeida foi o detentor do apito no ano anterior, em 2014, pela ‘Segundinha’. Mas, para chegar até aí, precisou fazer um curso de árbitro. Mesmo prestes a completar a idade limite para cursar, que é 35 anos, não desistiu do sonho e partiu para a dedicação.
“No final do curso eu fui o número 1 da turma, não faltei nenhuma aula, e daí comecei a me apaixonar mais ainda. Até pensei que eu iria apitar somente campeonatos de pelada, com respaldo da Federação, me enganei, nunca pensei que alcançaria voos mais altos. Com menos de um ano fui convocado para apitar na Copa Norte, uma competição nacional”, confessou o juiz, que não ‘ganha a vida’ apenas nos campos de futebol, trabalhando como funcionário público concursado da Prefeitura de Belém há mais de 20 anos.
XINGAMENTOS E CRÍTICAS
Apesar de ser “juiz”, o árbitro é constantemente julgado no meio esportivo. Nem sempre jogadores, comissão técnica e torcida saem satisfeitos de uma partida, e muitas vezes sobra para quem? Para a mãe.
“Infelizmente, a gente vive uma cultura que não é a correta. A torcida é muito paixão. Se ela se sente prejudicada, a primeira coisa que faz e xingar, mesmo não tendo certeza se o árbitro errou, e o pior que uma pessoa que não tem nada a ver com o jogo. Minha mãe na casa dela, sem tá participando do jogo e tá sendo xingada. Mas a gente trabalha bastante o psicológico. Eu finjo que nem escuto, e não ligo pra nenhum. Até faço o pedido que quem quiser fazer esse tipo de coisa que faça direcionando aos árbitros e não às nossas mães”, desabafou.
CLÁSSICO É CLÁSSICO
Apitar o clássico mais disputado do mundo, não é para qualquer um. O Re-Pa disputado na quarta rodada do Parazão deste ano, no estádio Mangueirão, em Belém, teve Marco Almeida no comando do apito. Foi o primeiro clássico da carreira, sinônimo de uma grande responsabilidade nas costas.
“Foi uma surpresa muito agradável ser escalado. Fiquei bem consciente da responsabilidade, e isso fez com que eu fosse bem tranquilo, apesar da tensão e nervosismo que antecedem a partida. Fui muito parabenizado após o jogo e até hoje sou lembrado por aquele jogo. Isso é muito gratificante”, frisou.
Relembre a partida:
PREMIAÇÃO
Na edição do Campeonato Paraense deste ano, Marco Almeida já deu o ar da graça pelos gramados do estado em 5 partidas. Considerado um árbitro bastante regular pela crítica, Marco é um dos mais bem votados para levar o Troféu Camisa 13, da RBA/TV na categoria..
“Foi com imensa alegria que eu recebi essa notícia. Isso prova que meu trabalho está sendo bem desenvolvido e reconhecido pelo torcedor paraense, numa premiação desse porte que é o Troféu Camisa 13, e todo esportista tem o sonho de levar um troféu desta grandeza, e se Deus quiser, serei agraciado no final do campeonato”, finalizou o juiz.
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