Definitivamente o Clube do Remo já tem - de fato e de direito - o seu centro de treinamentos. Após a compra realizada e divulgada oficialmente pelo clube na última sexta-feira (4), a diretoria azulina já começa a planejar detalhes com relação à revitalização e à quitação do espaço. No entanto, uma informação dos bastidores tem deixado o torcedor azulino bastante apreensivo.
Na tarde do último domingo (6), durante a apresentação do programa "Show de Bola", pela Super Rádio Marajoara, o jornalista José Maria Trindade divulgou um documento no qual é relatado que a área comprada pelo Clube do Remo, situada no distrito do Outeiro, pertence a uma senhora - que atualmente reside em Portugal - e à empresa Maguari Melhoramentos/SA.
VEJA O DOCUMENTO
Por outro lado, o presidente do Remo, Fabio Bentes, ressalta que, antes de concretizar as negociações com os dirigentes do Carajás, o Clube do Remo se cercou de todos os cuidados jurídicos para que não houvesse nenhum tipo de problema durante a negociação.
"Antes de qualquer negociação, fui à Superintendência do Patrimônio da União no Pará (SPU/PA) e constatei que os documentos estão em nome de Lindomar de Jesus. Conversei com o superintendente Flávio Augusto, que veio ao CT e disse que toda a documentação estava regularizada junto ao órgão, então compramos a área", afirmou Fabio Bentes.
Com relação ao documento divulgado, o presidente azulino prossegue: “Eu não tive acesso a esse documento, não posso te dizer se ele é verdadeiro ou falso, se existe, se foi montado. Soube que um tempo atrás existiu um litígio entre o Carajás e essa senhora. Ela perdeu na Justiça e desistiu do processo. Acredito que isso tem que ser resolvido com eles. Nós estamos comprando de quem é o dono por direito, de quem está registrado no SPU".
Em contato com a reportagem do DOL, o ex- presidente do Paysandu e atual sócio proprietário do Carajás (ao lado de Lindomar de Jesus), Luiz Omar Pinheiro, informa que está respaldado com todos os documentos que provam a autenticidade da negociação.
"O registro que essa senhora tem é de um terreno que fica em Icoaraci. À epoca, foi confirmado, através de perícia, que os documentos dela estavam equivocados por conta do endereço do local. Em 2013, ela entrou na justiça querendo os direitos, mas provamos que o documento dela é errado. Fomos em todos os cartórios para nos respaldarmos. Ela é uma trambiqueira!", explicou Luiz Omar.
Também procurado pela reportagem, o diretor jurídico do Clube do Remo, advogado Pietro Alves Pimenta, explica que não existe nenhuma restrição com relação ao local comprado pelo Leão para ser o seu centro de treinamento.
"Fizemos diligências no SPU, órgão jurisdicional responsável pela regularização do imóvel, onde se verificou a legitimidade dos transmitentes e a inexistência de qualquer reclamação. A negociação foi noticiada pela mídia e também não houve nenhuma reclamação pública ou diretamente às partes. Não existe nenhuma restrição ao exercício da posse da área, que inclusive já foi transferida, conforme anunciado", disse Pietro.
"Nenhum terceiro habilitado procurou o Remo mesmo posteriormente ao anúncio. Causa bastante estranheza o momento da divulgação desta notícia. Me parece discurso de pessoas inconformadas com o crescimento do Clube do Remo no cenário nacional. Se houver qualquer reclamação legítima, que seja feita na esfera competente, esclarecendo que em qualquer cenário os direitos do Clube do Remo estarão resguardados, enquanto adquirente de boa-fé.", finalizou o advogado.
O valor da compra gira em torno de R$ 3 a R$ 3,5 milhões. O acerto foi de que o clube dará uma entrada entre R$800 mil e R$1 milhão, que seria da cota da Copa do Brasil, e o resto seria parcelado até o final de 2023, quando encerra a gestão do atual presidente Fábio Bentes.
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar