Contra um Cruzeiro que vem descendo a ladeira, colecionando resultados ruins há seis rodadas, o Remo tem a oportunidade de aumentar sua sequência vitoriosa sob o comando do técnico Felipe Conceição. Acontece que o futebol ensina que alguns times conseguem transformar situações de dificuldades em motivo de superação.
Por tudo isso, o confronto desta noite é um teste interessante para o novo modelo de jogo do Remo, um jeito que envolve mobilidade no ataque e intensa movimentação dos jogadores de meio. Bem ao contrário do que o time oferecia no tempo de Paulo Bonamigo. A evolução técnica garantiu ao Leão seu melhor momento na Série B.
Com as vitórias sobre o Brusque e a Ponte Preta, a equipe deixou a lanterna e avançou cinco posições na classificação. Mais que isso: restituiu a confiança perdida e recuperou jogadores que começavam a ficar na mira das cobranças do torcedor.
Erick Flores, Uchoa, Lucas Siqueira e o próprio Felipe Gedoz já sofriam as agruras naturais de uma fase ruim. Via mensagens no blog e nas redes sociais de torcedores indignados, defendendo a dispensa sumária do time todo! A paixão não conhece o meio-termo, é oito ou 80, ninguém presta.
A maneira inteligente como Felipe Conceição reformulou o plano tático, determinando novas tarefas para alguns jogadores – Gedoz e Flores, principalmente –, foi responsável pelo soerguimento do time. Começou na derrota para o Vila Nova, quando o esmero na troca de passes começou a ser observado, principalmente nos 25 minutos finais.
Sob efeito da derrota, quase ninguém percebeu que o time já não tocava a mesma música de antes. Isso só se tornou visível apenas contra o Brusque, quando o segundo tempo revelou com todas as cores o novo desenho, com participação de volantes (Artur, Uchoa, Marcos Jr.) e atacantes (Gedoz, Victor Andrade, Wallace, Dioguinho) nas manobras ofensivas.
Diante da Ponte, a equipe revelou uma cadência diferenciada, como se tivesse sido febrilmente treinada. Na verdade, na Série B não há tempo para treinos mais caprichados. Significa que os apontamentos de Felipe foram absorvidos com grande rapidez pelos jogadores, o que é notável.
É claro que a dinâmica complexa do futebol não permite que se avalie um time por apenas dois jogos. Além de perseguir a vitória, para subir ainda mais na classificação, o Remo joga hoje para confirmar que a evolução é um fato e que o torcedor pode se sentir mais tranquilo.
Em crise, Cruzeiro tenta juntar os cacos
Não há explicação para a ausência do boliviano-brasileiro Marcelo Moreno na delegação do Cruzeiro. As emissoras de rádio de Belo Horizonte só informam que ele teve um problema de saúde na família. A questão pode ser outra. Como Claudinho, outro ausente, o centroavante foi titular contra o Avaí na derrota por 3 a 0 e é um dos alvos da ira da torcida.
Outro atacante que vinha atuando, Airton, foi cortado da delegação. O meia Marco Antonio também não viajou para Belém. Por outro lado, Matheus Barbosa e Ramon voltaram a ser relacionados, depois de duas partidas.
Suspenso por três cartões amarelos, Giovanni está fora da partida, assim como o lateral direito Raul Cáceres, lesionado. O ameaçado técnico Mozart pelo menos pode contar com Fábio, ídolo do clube, e com os também experientes Rafael Sóbis, Rodolfo e Wellington Nem.
Um artilheiro a fim de mostrar do que é capaz
É curiosa a situação de Danrlei no PSC. Esquecido no banco de reservas por vários jogos, foi chamado a entrar contra o Altos e deu conta do recado. Fez o que centroavantes fazem. Aproveitou uma chance e fez o gol de empate. Com isso, livrou a cara do técnico Vinícius Eutrópio, cuja permanência no cargo ficaria seriamente a perigo em caso de derrota.
Dentre todos os atacantes disponíveis na Curuzu, cerca de 10, Danrlei se diferenciou pela pontaria, pela execução competente de um lance de definição. Marcou o primeiro gol do Papão jogando em Belém.
Nem mesmo a quantidade de gols marcados pelo Independente na Série D 2020 e no Campeonato Estadual, razão da contratação de Danrlei, convenceu Eutrópio das qualidades do tímido avante baionense.
É bem possível que nem mesmo o gol marcado contra o Altos seja motivo para a efetivação dele como titular do ataque, até porque três reforços estão chegando e certamente terão prioridade. O consolo é que, como todo cidadão que vem do interior, sem amigos importantes, Danrlei só precisou de uma chance para mostrar suas credenciais.
Direto do blog campeão
“Patética a declaração do ‘professor’ Vinícius, ao final do jogo contra o Alto-PI, ao tentar justificar mais um vexame do time: a ‘culpa’ é das defesas dos adversários que jogam contra o Paysandú, na Curuzu. Certamente, preferiria que estes times jogassem sem goleiro. Voltou a repetir o clichê de que o clube é o ‘maior’ da chave, e que ‘temos’ que achar a solução. Nós, quem? Deveria, sim, ter coragem de dizer que, com Robinho, Ruy, Jhonnatan, Ratinho, Israel, Paulinho o time vai continuar patinando. As substituições têm sido quase sempre as mesmas; ficamos sem saber quem é o pior, o que sai ou o que entra. E os ‘reforços’, sub-40, continuam a aterrissar. Se, pelo menos, empatar com o Manaus, na próxima rodada, a solução será ele ter coragem de pedir o boné”.
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