A torcida do Paysandu precisa entender o que é a Série C

Há beleza em todas as maneiras de vencer! Afinal, garantir três pontos em campeonatos disputados é mais importante do que jogar bonito. Claro que os clubes podem unir o útil ao agradável, mas, para isso, – e não é sinônimo de garantia – precisa-se de um planejamento para montar um elenco forte, um treinador com uma sábia filosofia de trabalho, entre outras coisas que rodeiam um time de futebol. Por isso, apesar de tudo, jogar bem é uma ideia bastante relativa e de inúmeras perspectivas.

Paysandu segue preparação para desafio contra o Voltaço

Tenho certeza que um dos principais motivos que fazem as pessoas amarem o futebol é a imprevisibilidade. O clube menor pode vencer o maior, o pobre pode vencer o rico e quem joga bem pode perder para quem joga "por uma bola". Não há uma fórmula exata. Se fosse dessa maneira, eu estaria rico acertando em todas as apostas esportivas.

É preciso valorizar cada vitória da maneira que ela merece, principalmente quando a pontuação entre as equipes de um campeonato está apertada, como é o caso do Paysandu. O Papão é o vice-líder do Grupo A da Série C do Brasileiro, com 19 pontos e um o separa do líder Botafogo-PB, o mesmo número que o deixa "distante" do sexto lugar.

O Lobo recebe constantes críticas de seus torcedores, mesmo após os triunfos, como vi depois do jogo contra a Jacuipense-BA, no último sábado, pela 12ª rodada da Terceirona, por exemplo. Claro que contra uma equipe de menor expressão e na vice-lanterna se espera um passeio de um clube de tradição. No entanto, o torcedor bicolor precisa entender que nem sempre as estratégias irão dar certo e que inúmeros fatores poderão alterar o desempenho da equipe.

Não dá para exigir do Paysandu grandes atuações. É preciso celebrar cada vitória, mesmo que não seja brilhante, pois será ela que vai deixar a equipe próxima dos objetivos da temporada. A falta de qualidade e opções de uma equipe que tem suas receitas baixas, o clima, o gramado, a má fase de um jogador, o psicológico do grupo, o erro individual, tudo isso pode alterar o destino de um jogo.

Claro que todo mundo quer ver seu time atuando bem e irá se irritar com atuações que não correspondam, é inevitável, como foi na apresentação bicolor diante do Botafogo-PB, ainda no primeiro turno da fase classificatória, ou no jogo do Remo contra o Operário-PR, na Série B do Brasileiro. Nesse momento, é necessário que a imprensa e analistas sejam sinceros, sem "passar pano".

O que não pode ser feito é desqualificar a vitória de A ou de B pelo fato de o jogo apresentado não ter agradado X ou Y. Existe beleza em cada tipo de vitória e os três pontos são o que irão importar no final de tudo. Além dos pontos, uma semana de tranquilidade para a equipe trabalhar é fundamental para que mais um triunfo seja buscado, independentemente se vier com grande atuação ou não.

O próximo duelo do Paysandu na competição nacional será diante do Volta Redonda, quinto colocado do Grupo A com 18 pontos. O duelo acontece no Estádio Raulino de Oliveira, no Rio de Janeiro, às 18h do próximo domingo, dia 22. Roberto Fonseca e os jogadores do Papão vão em busca de um grande resultado, que pode os deixar cada vez mais pertos de uma classificação para a próxima fase e ao final não vai importar se a apresentação da equipe será linda ou feia.