Muitos esportes, em especial os radicais, colocam os atletas diretamente em contato com a natureza e o meio ambiente durante sua prática. Surf, vela, triatlo, kitesurf, mountain bike, você pratica algum desses? Então deve entender do que estamos falando. Pequenos gestos, como retirar o lixo das estradas, ou ações de como coletar resíduos no fundo do mar estão unindo esportistas e admiradores na causa do meio ambiente.
No Atalaia, praia da cidade litorânea de Salinópolis, mais conhecida como Salinas, que fica localizada na região do Salgado Paraense, um grupo de praticantes do kitesurf conseguiu salvar a vida de uma tartaruga da espécie Chelonia mydas, a tartaruga-verde, a devolvendo para o mar. O instrutor Jorginho comentou sobre o resgate.
"Eu e meus amigos estávamos saindo para velejar quando avistamos a tartaruga. Não tinha mais ninguém na praia e notamos que ela estava com dificuldades para voltar ao mar. Entrei em contato com o Projeto Suruanã e eles nos passaram as coordenadas do que fazer naquele momento. A tartaruga era muito pesada. Chuto que tinha uns 50 a 60 kgs. Estava fragilizada. Até que um banhista passou com um quadrículo e nos ajudou a colocá-la novamente na água", contou.
Para quem não conhece, o kitesurf é um esporte aquático que utiliza uma pipa ou papagaio e uma prancha com suporte para os pés que tem como objetivo “voar” e deslizar sobre a água. Ele foi criado em 1985 por dois franceses. O nome vem da junção de duas palavras inglesas: kite, que significa pipa e surf, que quer dizer deslizar sobre a água. Jorginho falou sobre a importância que a modalidade pode ter na preservação do meio ambiente.
"O kitesurf é um esporte 100% ecológico. Os equipamentos são feitos de plástico, com fibra e bexigas de silicone. Pelo fato de precisarmos apenas do vento e do mar, vemos vários animais marinhos. Já vi raia-manta, tubarões, golfinhos, botos e agora tivemos a oportunidade de salvar essa tartaruga. O kite nos proporciona a andar pelo litoral aonde os carros não chegam. Passamos por praias desertas que as vezes algum animal precisa de ajuda. Se nosso esporte crescer, mais pessoas poderão ajudar ecologicamente, principalmente com as tartarugas, que sempre saem do mar para a desova", destacou.
"O kitesurf é um esporte radical, que precisa fazer um curso. Depois que você é habilitado para praticar, você conhece vários locais. Você participa de dawind's, que são velejos que você vai de uma praia para outra. Por exemplo, saímos de Ajuruteua até Icoaraci. Saímos do mar para um rio de água doce. Foram 345 km. Em quatro dias vimos várias situações com pescadores, nativos e animais marinhos. Ou seja, vejo que o kitesurf pode ser fundamental no sistema ecológico, na preservação ambiental. Sempre vamos estar velejando. Se houver uma conscientização com palestras vinculadas a esses assuntos, com certeza os atletas vão ter uma visão mais ampla", finalizou.
Veja o vídeo do momento em que o animal é devolvido ao mar:
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